Entrevista. Miguel Gonçalves Mendes: “O caminho que interessava em “José e Pilar” não era o das frases feitas ou o do ‘soundbyte’, eram as pequenas coisas”

por Ana Monteiro Fernandes,    10 Janeiro, 2023
Entrevista. Miguel Gonçalves Mendes: “O caminho que interessava em “José e Pilar” não era o das frases feitas ou o do ‘soundbyte’, eram as pequenas coisas”
José Saramago, Pilar del Río e Miguel Gonçalves Mendes durante as filmagens de “José e Pilar” / DR
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“José e Pilar” (2010), de Miguel Gonçalves Mendes, voltou às salas de cinema como forma de celebrar o centenário do Nobel português, José Saramago, em 2022. O autor completou, dia 16 de Novembro do ano passado, cem anos e a Comunidade Cultura e Arte (CCA) entrevistou [entrevista que sairá brevemente] Pilar del Río sobre a Fundação, José Saramago, feminismo e a predisposição humana para a guerra sem esquecer, claro, como foi a experiência de abrir as portas às câmaras de Miguel Gonçalves Mendes. O realizador de “José e Pilar” também respondeu às questões colocadas pela CCA sobre a experiência de realização do filme, a sua passagem pelo Brasil, as diferenças cinematográficas entre Portugal e o Brasil e de que forma se poderia impulsionar o documentário e cinema em Portugal. Uma vez que os recursos moneterários escasseiam e a realização é um acto caro, Miguel propôs uma maior sinergia entre o meio e, até, a existência de um departamento para a divulgação e internacionalização do documentário, como uma coopertativa que visasse, até, a partilha de recursos ou material.

Como surgiu a ideia de fazer um filme sobre Pilar e Saramago? Sempre foi pensado como um documentário?

Sempre fui um fã do Saramago e, desde os meus 12 anos, comecei a ler todos os livros dele e sempre quis, muito, conhecer a pessoa de quem, às vezes, tanto mal diziam. Muitas vezes, na imprensa, descreviam Saramago como uma pessoa cinzenta, antipática, e não acreditava que a pessoa que tinha escrito os livros que havia lido, com aquele grau de humanidade e aquela lucidez sobre o mundo, pudesse ser a pessoa que pintavam. Foi daqui, então, que nasceu a vontade de fazer o filme, mas sabia de antemão — e isso era uma coisa que me interessava também — que a Pilar tinha uma grande importância na vida dele e é, por isso, que decido fazer um filme sobre os dois e não só sobre o Saramago, porque o Saramago já havia escrito inúmeras vezes que a Pilar e era o pilar da sua vida e que, de alguma forma, o tinha feito rejuvenescer. Queria perceber, também, quem era Pilar na vida de José Saramago e, assim, nasce o filme, com esta ideia do retrato dos dois. Isto não significa que ele tenha aceitado, ele não aceitou. Ele disse que eu não podia filmar a intimidade dele e que se quisesse fazer um trabalho sobre o trabalho dele, aí tudo bem. E ficou assim.

“Muitas vezes, na imprensa, descreviam Saramago como uma pessoa cinzenta, antipática, e não acreditava que a pessoa que tinha escrito os livros que havia lido, com aquele grau de humanidade e aquela lucidez sobre o mundo, pudesse ser a pessoa que pintavam.”

Miguel Gonçalves Mendes

No filme houve uma descentralização da figura de Saramago e deu-se ênfase à dinâmica da união entre Pilar e Saramago. Esta foi a primeira ideia?

Há, de facto, esta relação, como há pouco dizia, entre este ying e yang, entre o José e a Pilar. Eles são um casal, de facto, extraordinário e, aliás, o primeiro nome do filme — que era só apenas por piada, porque sou, absolutamente, anti-iberista — era “União Ibérica”, até ao Saramago ter feito aquelas declarações pró união ibérica, que sou absolutamente contra, e aí decidi mudar o nome: acho que ficou bem melhor ao chamar-se “José e Pilar”. Mas sim, a ideia, aqui, era descentralizar, um pouco, a vida de ambos. Temos a tendência, também, para mitificar, muitas vezes, os autores que amamos e, aqui, o objectivo era mais fazer um retrato do homem e da humanidade, do seu quotidiano. Isto porquê? Porque para fazer um tratado sobre a sua literatura ou, inclusive, sobre o seu pensamento político, existem pessoas muito mais aptas do que eu para o fazer. O objectivo, então, era mesmo tentar que conhecer o homem na sua intimidade e é, assim, que nasce o filme.

“José e Pilar”, filme de Miguel Gonçalves Mendes

O filme tem 240 horas gravadas. Quais foram os desafios de escolher os momentos que iriam constar no documentário?

Fazer um documentário é sempre complicado porque enquanto numa narrativa de ficção já temos a história pensada, podemos pedir ao actor que vá para a esquerda ou para a direita, no documentário a coisa não é assim tão simples. Há que estabelecer um grande grau de confiança até as pessoas se sentirem livres à frente da câmara e depois há, também, todo o processo de montagem que, em si, é bastante dolorosa a escolha que se tem de fazer. Efectivamente, no filme, captámos 240 horas de material, demorámos um ano e meio na edição do filme e, enfim, aí foi um processo penoso cuja única sorte que tínhamos era o filme ser cronológico e, portanto, havia uma cronologia que foi respeitada — isso ajudou bastante a montagem. O caminho que interessava, no entanto, não era o caminho das frases feitas, não era o soundbyte que interessava à imprensa como, por exemplo, ”Deus não existe”, aquelas coisas que, enfim, interessavam muito à imprensa. Mas como há pouco tinha dito, o que me interessava eram as pequenas coisas, os pequenos gestos como o José dar uma palmada à Pilar ou chamar por ela.

“Não podemos partir do pressuposto de que o documentário é a verdade, é o ponto de vista de alguém sobre a verdade.”

Miguel Gonçalves Mendes

Saramago e Pilar foram dando algumas ideias ou contribuindo ao longo da rodagem com algumas apreciações?

Para dizer a verdade, não. A questão é, a minha decisão sobre o que filmar era baseada na agenda dele. Pedia a agenda anual de onde iriam estar e o objectivo era, basicamente, escolher aquilo que achasse que representava melhor, não só o trabalho do Saramago mas, também, o que pudesse retratar melhor a relação dos dois e, nesse sentido, tudo foi baseado na agenda. Sim, a Pilar, às vezes, dizia, “olha, isto é muito interessante, devias ir”. O José também dizia, “Ah, um livro que li que é importante”. Essas coisas talvez tinham ficado no filme mas, grosso modo, o filme estava já muito dirigido. Não foi pré-escrito no sentido do que eles dizem, obviamente, porque isso foi absolutamente natural, o que está lá, mas em termos de estrutura narrativa, ele já estava pensado daquela forma: como primeira introdução, na Ilha de Lanzarote, percebemos o ambiente calmo e pacífico em que ele, finalmente, consegue parar, trabalhar e pensar, aliás, o Saramago dizia que de uma ilha se via melhor o mundo e, depois, no segundo acto, a alucinação das viagens. Agora, ninguém estava à espera que o José adoecesse e que toda a gente temesse pela sua própria vida, inclusive o José. Daí nasce uma das cenas que até acho que é das cenas mais criativas do filme. Para tentarmos colmatar a ausência do José durante as filmagens, enquanto ele esteve internado, quando o visitei perguntei-lhe quais os sonhos que estava a ter e ele contou-me quais os pesadelos que estava a ter. Gravo, mais tarde, esse off.

O documentário não retrata só o acontecimento natural, puro e duro do que acontece. O filme “José e Pilar” tem filmagens previamente preparadas para o documentário. Como é que encararia a longa-metragem “José e Pilar” quanto a esta abordagem?

Sobre ter cenas preparadas, é normal que tenha porque o cinema é muito caro, implica muito tempo, muito dinheiro e, portanto, as coisas têm de ser preparadas. É óbvio que há uma espécie de um contrabalanço entre cenas que podemos chamar mais — odeio esta expressão, mas pronto — cinema verité e não sei quê, e cenas perfeitamente mais compostas. Acho que se vê na forma como as cenas de viagens estão filmadas, e as cenas que são mais plásticas do filme que são mais preparadas, mas isso é o normal num filme. Quando dava aulas aos alunos, quando perguntava qual é a diferença entre uma reportagem e um documentário, costumava dizer que é o ponto de vista e, basicamente, não podemos partir do pressuposto de que o documentário é a verdade, é o ponto de vista de alguém sobre a verdade. É a sua percepção sobre a realidade, portanto. É isso que conta e, portanto, nesse sentido, o filme é meu e, apesar de não estar presente no filme, o filme é muito sobre mim, sobre os meus temores, sobre o medo da morte, sobre a questão do tempo, sobre o que fica e sobre qual é o nosso lugar neste universo. É por isso que várias cenas, obviamente, foram compostas para responder a estas perguntas que colocava, apesar de não querer, obviamente, que nunca a minha presença ou a minha voz se sobrepusesse.

José Saramago, Pilar del Río e Miguel Gonçalves Mendes durante as filmagens de “José e Pilar” / DR

Numa entrevista a Ana Sousa Dias faz-se a referência ao facto de Saramago gostar de Astrofísica. O próprio Saramago chega a referir que se viesse ao mundo uma outra vez, seria astrofísico. Curioso que no documentário, após Saramago dizer, “Pilar encontramo-nos noutro sítio”, abra com um plano do espaço. Porquê essa referência inicial?

Isso até pode ser considerado ligeiramente menor mas, em geral, todos os meus filmes abrem com o espaço e é, assim, que os filmes começam. Neste caso, havia um gag que estava a acontecer, que era o facto da entrevista que o Saramago estava a dar a uma rádio espanhola, na sua casa, ter um desktop do Windows, acho que eram as estrelas e, portanto, fazemos uma passagem do universo, de várias vozes que se ouvem no universo, de memórias, para a imagem real em que ele está, efectivamente, à frente de uma tela, também ela, com o universo. Já sobre as vontades que nós temos em nascer como outras pessoas, pois acredito que sim, acredito que o José quisesse nascer como um astrofísico. Quanto a mim, gostaria de nascer como arqueólogo, que era um dos meus desejos quando era criança — isso tudo é normal. Por acaso não sabia que o Saramago queria ser astrofísico e, isso, é bastante grave não saber, mas há uma coisa que também temos de perceber:  esses gags dos meus filmes começarem no universo é que nos coloca a nós em perspectiva, isto é, nós somos nada no universo. Isso é, também, uma coisa da qual o Saramago tinha muita consciência e que dizia várias vezes — estava escrito nos “Cadernos Lanzarote” de onde são, aliás, várias frases que recupero para usar ao longo do filme, como se fosse uma espécie de pensamento interior do próprio José Saramago — ele dizia que o universo não saberá que o Homero escreveu a Ilíada, e porque é que deveria saber? Esta é a questão. Não importa quantos anos passem, mas um dia tudo isto vai desaparecer e não ficará nada, nem sequer a memória daquilo que nós fomos ou da nossa civilização e, portanto, a ideia inicial de abrir o filme com isso é colocarmos, novamente, em perspectiva, quase um não lugar.

O documentário mostra também, por outro prisma, a afluência de muita gente nos eventos a que Saramago ia. Isso também constituiu um desafio? Como é que foi a parte técnica/logística de filmar em tantos sítios e com tanta gente?

Uma das coisas que mais me impressionou quando cheguei a Lanzarote e, depois, pude conhecer a biblioteca e a casa, foi perceber o nível monstruoso de convites, de cartas, e da necessidade de produção que as viagens do José exigiam. Não tinha essa consciência do volume de trabalho porque nós temos essa imagem mítica do escritor a escrever, sei lá, à sombra de uma árvore ou ao som de música clássica. Há um gag, no filme, que fazemos com as paciências e, portanto, achei que era importante para o espectador comum perceber que os nossos ídolos têm, também, uma carga imensa de trabalho a nível de produção e de gestão e, portanto, começa aí. Em relação à fama planetária do Saramago, isso era, obviamente, uma coisa da qual já tinha consciência que, infelizmente, muitos em Portugal não têm, em relação ao amor que nos outros países lhe era dado. Não foi, no entanto, mais complicado do que outras rodagens, era considerado como mais um da imprensa: não por eles, obviamente, mas pelas organizações. Estava lá, filmava mas, obviamente, o que interessava à imprensa não era o que interessava a mim e vice-versa. Interessava-me mais ver o José Saramago e o Garcia Márquez a dormir numa palestra do que, propriamente, ouvir a frase maravilhosa que o García Márquez diria e isso está no filme. Não foi complicado, quer dizer, foi complicado em termos financeiros, obviamente.

Saramago teria já 83/84 anos quando se começou a realizar o documentário. Teve também aquela fase em que passou pelo hospital enquanto tentava terminar “A viagem  do elefante”. Isso constituiu uma maior preocupação para a conclusão do documentário?

A feitura, a realização do documentário teve vários percalços, como também é normal no cinema, mas a verdade é que quando estamos no patamar da realidade e do documentário, enfim, a vida continua a acontecer, as pessoas adoecem, as pessoas ficam mal e, no caso do José, houve uma altura que ele foi, efectivamente, internado depois de uma viagem à Argentina, e em que toda a gente temeu pela vida dele — ele próprio achava mesmo que ia morrer. O caso dele fui muito mais complexo, obviamente, mas em termos de produção, nós tínhamos chegado a Lanzarote para filmar com uma equipa de quatro pessoas ou cinco pessoas e, de repente, chegámos a Lanzarote, nesse dia, para filmar no Natal e Passagem de Ano e o José tinha sido internado. Fico assim, “o que é que eu faço agora?”. Não só me sentia mal pelo próprio José e, obviamente, nunca iria tentar filmar dentro do hospital — o máximo que fiz foi visitá-lo várias vezes — e, aí, foi uma decisão de acompanhar a família de Pilar que, também, estava lá para comemorar o Natal e a Passagem de Ano. Depois, o que consigo fazer é um artifício de edição, mais tarde, em que parece que acompanho a vida através dos sonhos do José no hospital e a família da Pilar está, também, nas expectativa de que o Saramago saia do hospital e fazem um cartaz, para ele, de Bom Ano Novo e de Feliz Natal. Sim, isso foi muito complicado porque não sabíamos se o filme ia acabar ali. Não queria, obviamente, que o filme acabasse ali, queria que o filme fosse optimista e não terminasse assim. Mas tudo podia acontecer, por sorte, isso não aconteceu e o Saramago conseguiu recuperar-se. Conseguimos terminar o filme e, depois disso, lançou ainda mais dois livros e, enfim, são as agruras da vida.

Foi convidado, também, pela National Geographic Brasil para realizar um documentário sobre educação no Brasil. Como foi lidar, também, com esta realidade brasileira, em específico?

Sobre o documentário que fiz no Brasil sobre educação e o sistema educativo brasileiro acho que, até mais interessante ainda do que descrever o processo, é explicar o que é que me levou até lá. O “José e Pilar” estreia-se e esteve cinco meses em cartaz, foi escolhido por Portugal para ir aos Óscares, e a verdade é que, passado um ano, continuava sem emprego, sem trabalho, ninguém me convidava para fazer nada. É isso que faz com que escreva para o Fernando Meireles, que era o produtor do filme “José e Pilar”, e digo-lhe “deixa-me ir para aí, nem que seja fazer produção, levar as escadas, o que for”. Ele disse sim, “Miguel vem”, e dá-me oportunidade de fazer este documentário para a National Geographic. Foi uma experiência, obviamente, muito boa, porque foi o meu primeiro contacto profundo com o Brasil e deu-me a oportunidade de perceber as semelhanças e as diferenças, principalmente, como é que funciona o sistema educativo, perceber que existe um sistema lá que é baseado na Escola da Ponte [projecto surge em 1976 e foi liderado pelo pedagogo José Pacheco], que nem sabia que existia e que tem origem em Portugal. Foi bom, foram anos bons que vivi no Brasil.

 A nível cinematográfico, consegue dizer quais as maiores diferenças entre Portugal e Brasil?

Até há muitas coisas semelhantes. A verdade é que acho que eles [o Brasil] já superaram o trauma — e essa é uma discussão absolutamente pueril — que é a guerra entre cinema de autor e cinema comercial, enfim. Porque mesmo essa questão, se olharmos para o Pedro Almodóvar, é cinema autoral mas também é comercial, então, o que acredito é que se as coisas têm qualidade e se comunicam com o público, elas passam a ser comerciais, apesar de serem autorais, e o Brasil superou isso nos anos 90, acho que nós ainda não. Eles [o Brasil], obviamente, têm uma escola muito maior em termos de argumento e narrativa e, nisso, somos bastante deficitários — somos bons em literatura, mas em termos de argumento não somos assim tão bons. Há o know-how dos actores que, infelizmente, muitas vezes, aqui podem ser mal dirigidos ou não lhes é dada a margem para eles próprios poderem criar. Lá não, pelo contrário, existe uma grande escola de direcção de atores que, também, vem muito da novela, obviamente, mas que, depois, se estende aos outros sectores do audiovisual, o que torna, nesse sentido, que eles estejam bastante mais à frente do que nós, o que não põe em causa o mérito de alguns filmes extraordinários que são feitos em Portugal, e também não põe em causa filmes de merda que são feitos no Brasil. Pronto, acho que essa é, sobretudo, a principal diferença, a questão da experiência narrativa e de argumento, a questão de direcção de atores e, a verdade, é que não tenho pachorra para essa conversa entre cinema de autor e cinema comercial.

De que forma se poderiam impulsionar os documentaristas ou os cineastas nacionais?

Obviamente, há uma coisa à qual não podemos fugir que é a questão do dinheiro, uma coisa importante. Agora, se me perguntassem em termos estratégicos, e se fosse um político de serviço que estivesse a desenhar uma política pública para o cinema em Portugal, posso quase garantir que o documentário consegue ter mais sucesso e mais afirmação internacional do que muitas das ficções. Sendo nós um país pobre, não sei se não aumentaria muito mais o leque de apoio a documentários, coisa que não é feita, e os apoios são muito pequenos, também, em termos de montante. Por outro lado, também era importante que existisse uma associação de documentário que, efectivamente, se preocupasse em promover, profissionalizar e, sobretudo, internacionalizar os documentários portugueses. É uma pena que não exista dessa forma e, também, era importante que nós trabalhássemos mais em rede, em vez de toda a gente criar microestruturas para poder concorrer ao ICA, uma vez que todas elas são deficitárias. Não há dinheiro para se ter boas câmaras, ou seja o que for, ou equipas de produção, por isso, talvez fosse mais interessante criarmos cooperativas que envolvessem vários realizadores e vários produtores que conseguissem partilhar sinergias e partilhar material: com isso, os custos seriam mais baixos e, se calhar, era importante termos, efectivamente, sempre alguém a cuidar da promoção e divulgação.

Esta entrevista teve o contributo de Rui André Soares.

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