Entrevista. Valério Romão: “Era demasiado português para os franceses e demasiado francês para os portugueses”

por José Moreira,    29 Dezembro, 2022
Entrevista. Valério Romão: “Era demasiado português para os franceses e demasiado francês para os portugueses”
Valério Romão / Fotografia de Rui André Soares – CCA
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Numa tarde cinzenta de Dezembro, no Parque Vale do Silêncio nos Olivais, sentamo-nos à conversa com Valério Romão. O autor português nasceu em 1974, em Clermont-Ferrand, França e vem para Portugal ainda na infância, mais concretamente para morar em Tavira. Nesta sua segunda terra natal, e considerando-se uma criança sem particular aptidão desportiva ou social, refugia-se numa biblioteca local, onde começa a devorar livro atrás de livro. Licenciado em Filosofia, é na Informática que desempenha a sua actividade profissional até 2017, quando passa a dedicar-se, completamente, ao mundo das letras. Contista, romancista e potencial poeta, a sua obra está publicada em Portugal, França e Itália. Atualmente, além de escritor, é tradutor (Charles Bukowski, Michel Houellebecq e James Baldwin, entre outros) e faz alguns trabalhos em Teatro. Destacamos em 2022 a passagem dos dez anos do início da trilogia “Paternidades Falhadas” na editora Abysmo. Começamos a entrevista com questões relacionadas com a vida pessoal e profissional do Valério, e terminamos com algumas perguntas sobre a trilogia que lhe serviu de mote.

Certamente, sofreste do duplo estigma do filho de emigrantes que vêm para Portugal a meio da infância: em França eras português e em Portugal eras francês. Como é que isso se manifestou na tua vida?

Foi precisamente isso. Aliás, a pergunta contém em si própria a resposta. Era demasiado português para os franceses e demasiado francês para os portugueses. Acho que a coisa só se resolveu, mais ou menos, aos 16 anos. Vim, portanto, para Portugal quando tinha dez anos, e as pessoas não só levaram algum tempo a esquecer que tinha vindo de França como, aos 16, eu próprio já tinha, praticamente, esquecido que tinha lá estado. Não tinha esquecido, mas dos dez aos 16 anos passa muito tempo na cabeça de uma pessoa. De facto, em França foi muito complicado, em Clermont-Ferrand, até porque andava num colégio privado católico. Os meus amiguinhos franceses (nunca fiz amigos em França) achavam que não correspondia à caricatura do filho da “concierge” com o pai bêbedo. Andava num colégio privado, porquê? Devia estar na escola pública a estragar a minha vida como todas as crianças portuguesas. Não foi fácil. Só quando publiquei lá o “Autismo”, e comecei a voltar mais vezes, é que pacifiquei e fiquei mais em paz com a França e os Franceses. Quando consegues reconciliar isso e chegar mais perto de uma explicação, percebes que as pessoas eram só pessoas. Eram pessoas a ser pessoas e ficas, “ok, a culpa não era minha”.

“90% da poesia que se escreve agora é inenarrável, não tem experiência pessoal, não tem sangue, não tem músculo, não tem osso, não tem nada. É uma casca vazia para pôr no Instagram a fingir que é uma pessoa, um sentimento ou uma experiência.”

Valério Romão

Consideras materializar essa experiência da diáspora portuguesa numa obra futura?

A Dulce Maria Cardoso está-me sempre a dizer que tenho de escrever o romance sobre os emigrantes. Que não existe “O Romance” sobre os emigrantes e, de facto, é uma perspectiva da nossa literatura em falta. Talvez um dia, não sei, mas neste momento ainda não penso muito nisso.

A tripla distinção Jovens Criadores (de 1999 a 2001) criou em ti uma expectativa positiva ou negativa em relação à escrita, digamos, profissional?

Foi uma coisa interessante porque até ser nomeado, pela primeira vez, não tinha a certeza se escrevia bem. Tinha a certeza de que não escrevia mal, no entanto, não sabia se aquilo interessava a alguém. De repente, sou nomeado pela primeira vez e, se calhar, os meus pares, que são quem te legítima, acham que há aqui qualquer coisa que pode ter um futuro. Com aquela idade é a cena da juventude, és muito bom ou muito mau, tudo em binários bastante opostos e extremos. Tinha vindo de França e tinha estudado no Algarve onde era um “animal” algo estranho, que não fazia muito sentido.

Valério Romão / Fotografia de Rui André Soares – CCA

Em 2018, no podcast “Palavra de Autor” do Expresso, disseste que “a filosofia ensinou-me a pensar … eu sou informático e a filosofia ajudou-me muito a ser informático; deu-me uma estrutura lógica de pensamento, utensílios lógicos (…)”. Esta lógica de pensamento ajudou a moldar a forma como organizas visualmente o texto, particularmente nos contos? 

Não, acho que aí fui beber a Lobo Antunes, àquela estrutura de Lobo Antunes ou Virginia Woolf, àquela estrutura de “stream of consciousness” [fluxo de consciência] mas com um bloco que pára aquela torrente a meio. É como guiar-te num riacho, mas ir de afluente em afluente, voltando ao riacho principal. Detesto sinais de pontuação, uso muito poucos porque vejo a coisa como uma espécie de partitura. Não gosto da página suja, gosto de uma mancha bem quadradinha. É uma estética que não tem nada a ver com a estética do texto é, simplesmente, visual.

“A Dulce Maria Cardoso está-me sempre a dizer que tenho de escrever o romance sobre os emigrantes. Que não existe “O Romance” sobre os emigrantes e, de facto, é uma perspectiva da nossa literatura em falta.”

Valério Romão

Não querendo prender a tua escrita em caixas, a tua prosa contém alguns traços do que poderia ser descrito como realismo mágico. Existe alguma intenção literária consciente nesse sentido?

Isso acontece mais nos contos do que, propriamente, nos romances, esse laivo de realismo mágico ou de absurdo. É consciente no sentido em que segues uma pista na tua cabeça, mas que não é, propriamente, consciente. A escrita ou a conversa não pode ser consciente, não podes estar a pensar qual a palavra que vais dizer a seguir, senão, a partir desse momento bloqueias. É como nas minhas aulas de chinês onde tenho de pensar cada palavra e demoro dez minutos para dizer uma frase que um chinês diria em segundos. Segues uma pista, uma ideia que vem de uma zona não propriamente iluminada dentro da tua cabeça. Glenn Gould faz uma analogia engraçada num texto sobre o conhecimento: o sistema ou método é uma ilhota que nos traz segurança, que vai crescendo com os acrescentos que as pessoas vão trazendo, mas se não mergulhares e trouxeres qualquer coisa, não ficas com mais nada a não ser essa segurança. Acho que essa zona do mergulho, da apneia, não é consciente. Agora, a forma como organizas aquilo, é bastante mais consciente. Às vezes, é só uma frase, é uma espécie de rastilho para algo que vai, eventualmente, explodir.

Tens algumas influências literárias que gostasses de destacar nas tuas leituras, sejam elas recentes ou não?

Nunca tinha lido “A Noite e o Riso”, do Nuno Bragança. Nós, de facto, temos coisas maravilhosas na nossa literatura. Temos o Eça, temos o Raúl Brandão, temos o Alface do “Cá vai Lisboa”. Devia ler mais, se calhar não li porque leio menos do que deveria, porque ando à volta de muita coisa que não é, propriamente, literatura ou interessante para toda a gente. Sou grande fã do Richard Brautigan, que não é muito conhecido em Portugal, aliás, acho que nenhum romance dele está cá publicado e tem coisas absolutamente maravilhosas. Ando à volta de coisas, não me interessa ser canónico na minha leitura, porque me interessa muito pouco o cânone. Acho que há coisas que gostava de ler dentro do cânone, mas não é por causa disso que as quero ler.

“Sou um poeta falhado ou um poeta não assumido. A minha prosa é bastante poética e é uma prosa de criação de sentido através da criação de imagens.”

Valério Romão

E influências musicais lembrando que, pontualmente, gostas de dar uma “mãozinha” como DJ. 

O “Cair para dentro” foi escrito ao som de Metz — muito barulho, muita guitarra — o que ajudou ao exercício da confusão, para além de dar aquela energia. Também gosto muito de escrever ao som de Morphine: já dei tantas voltas nos discos todos que, basicamente, já conheço as respirações do Mark Sandman, onde é que ele entra, onde é que ele sai. É daquelas bandas que continuo a ouvir.

A música também influencia o teu ritmo de escrita?

Sim, não consigo escrever com coisas lentas. Se for muito lento [pausa], não. Se é para estar deitado ou a ler, como background, tudo bem. Mas para escrever não, se vais para um ringue, não vais ouvir uma cena muito lenta!

Para além de a traduzires, tens um projecto de recitação chamado mao-mao, como explicas esta tua afinidade com a obra poética?

Acho que, essencialmente, sou um poeta falhado ou um poeta não assumido. A minha prosa é bastante poética e é uma prosa de criação de sentido através da criação de imagens. Um bocado como o Lobo Antunes, embora com menos obsessão. Tem essa parte que gosto, é muito obsessivo e acabas por voltar, ali, à mesma coisa de outra forma ou da mesma forma. É uma fuga — Lobo Antunes é uma fuga de Bach — há um motivo, uma pequena variação e volta ao motivo, salta para outra coisa e volta ao motivo. Não sou tão obsessivo, talvez com outro tipo de concentração consiga sê-lo, mas não sou, perco-me um bocado e sigo outras coisas. No fundo, acho que aquilo que gostava mesmo de escrever era poesia mas, se calhar, não sou bom o suficiente. Por isso, escrevo livros.

“Tentar a tradução é sempre positivo porque vais acrescentar alguma coisa à tua língua — modos de falar diferentes que outra pessoa pode pegar em português e achar interessante. É circulação, o organismo a mexer-se e a crescer.”

Valério Romão

Na tua apresentação no Folio (Festival Literário Internacional de Óbidos) deste ano, referiu-se que tens obra poética na gaveta, para quando um livro de poesia em nome próprio?

Olha, não sei. Estou agora a escrever uma coisa que pode ser um livro de poesia. Mas tenho muito medo, porque é muito esquisito, não sei se é um livro sequer. É que 90% da poesia que se escreve agora é inenarrável, não tem experiência pessoal, não tem sangue, não tem músculo, não tem osso, não tem nada. É uma casca vazia para pôr no Instagram a fingir que é uma pessoa, um sentimento ou uma experiência. Mas leio poetas contemporâneos maravilhosos, leio Raquel Nobre Guerra, Cláudia R. Sampaio, Vasco Gato e outros. Leio imensa coisa, menos essas coisas que por aí andam e que não me interessam nada. É uma subcultura de Instagram que polui tudo.

Valério Romão / Fotografia de Rui André Soares – CCA

No filme “Paterson” de Jim Jarmusch, um poeta japonês afirma: “Poesia em tradução é como tomar um duche com a gabardine vestida”. Sentes este peso enquanto traduzes poesia e o que consideras mais complicado, a tradução de prosa ou poesia?

São daquelas frases que são boas para pôr no Instagram, mas não querem dizer nada. Susan Sontag diz que os tradutores são o sistema circulatório da literatura mundial, esta faz mais sentido para mim. Se não houvesse tradução, como é que lias a poesia toda do japonês? É um balanço entre aquilo que se ganha e aquilo que se perde. Para mim, tentar a tradução é sempre positivo porque vais acrescentar alguma coisa à tua língua — modos de falar diferentes que outra pessoa pode pegar em português e achar interessante. É circulação, o organismo a mexer-se e a crescer. Não sinto peso, sinto responsabilidade, como sinto na prosa. Se bem que é mais difícil porque se estragas uma palavra, estragas um poema, já na prosa, se estragas uma frase, podes não estragar um livro.

Nas tuas incursões pelo teatro, o que te satisfaz mais, a criação de material exclusivo ou a adaptação das tuas obras literárias?

Criação, gosto muito de escrever para teatro, escrever sem ponto de partida. Adaptei, no ano passado, uma peça para o Teatrão, em Coimbra, embora me tenha dado bastante gozo transformar aquilo num exercício teatral. Aliás, gosto mais de escrever, ir acompanhando os ensaios e ir reescrevendo. Não que seja uma criação colectiva, mas uma criação influenciada pelas respostas, por aquela coisa dos actores pegarem num bocadinho da brincadeira e ficas, “isto é bom”, vamos deixar assim. Como não sou assim tão bom a escrever para teatro, gosto de assistir e adaptar a dinâmica.

Na crónica “Depois de Grande“, escrita, originalmente, para o Hoje Macau e, depois, republicada pela Comunidade Cultura e Arte (CCA), dizes que “apesar da manifesta insuficiência dos apoios estatais e/ou sociais, demos uns passinhos desde então.” Tendo-se dado esses passinhos, ainda há muito a percorrer?

Há muita coisa por fazer ou está tudo por fazer, como dizia alguém. A questão do Autismo, em Portugal, é que até aos 18 anos consegues ter o mínimo de apoio, de suporte, e a vida é, até certo ponto, facilitada, embora tenhas de ter muita sorte com a escola e afins. Há toda uma série de factores que, facilmente, desmoronam porque, ou tens profissionais muito dedicados ou, pelo contrário, andam por lá e não querem saber. Depois, aos 18 anos, sais da escola e não vais para a faculdade. O meu filho não fala, vai para a faculdade fazer o quê ou como? Aí, abandonam-te à tua sorte e, agora, é arranjar uma IPSS paga consoante os teus rendimentos. É aquela história do Estado português que é todo eloquente, egocêntrico e efabulatório, que o é, há, no entanto, problemas básicos deste país que não são resolvidos desde sempre. Mas, agora, vamos ser os campeões do hidrogénio verde. Podemos ter um centro de saúde que funcione, primeiro?! Alguém aqui está errado e não sou eu. É que não dá votos, como o Euro 2004 — em vez de serviços bons e funcionais, tens estádios.

Valério Romão / Fotografia de Rui André Soares – CCA

O facto de o “Autismo” se basear, parcialmente, na tua experiência pessoal, tornou o livro mais fácil ou mais difícil de escrever?

Foi super fácil, acho que escrevi aquilo num mês. Não, propriamente, por ser o “Autismo”, mesmo que tenha a ver com isso, porque não tive de inventar nem pesquisar nada — que eu detesto — foi, sobretudo, porque eu não escrevia há tanto tempo! Portanto, escrevi aquilo com 35 ou 36 anos e não escrevia, pelo menos, há dez. Foi tipo “BOOM, está aqui um livro”.

No livro O da Joana escreves do ponto de vista feminino. Como foi o desafio de capturar a intensidade psicológica da Joana, partindo do teu ponto de vista? 

Tive uma coisa que me facilitou a vida, tenho uma amiga com o tipo de personalidade da Joana. Neurótica obsessiva a um ponto! Portanto, eu decalquei a personagem a partir dela, mas não vou dizer o nome. Acho que até já lhe disse: “Sabes que a Joana és tu?” E ela: “És maluco”. Portanto, acho que estou safo. (risos) Foi fácil nesse sentido, uma vez que tinha um modelo para copiar. Mas há coisas que são do corpo da mulher e a Joana passa por uma experiência que é intensamente feminina, que é parir, e que não dá para um homem saber o que é. Embora tenha tido um filho, foi a minha ex-mulher que o teve, não fui eu. Mas foi uma experiência muito interessante porque eu adoro escrever na pele de personagens femininas, digo sempre que tenho uma bailarina dentro de mim, tenho um lado sensível ou ambivalentemente sensível. Para mim, foi o desafio, uma vez que é muito mais difícil do que escrever sobre um gajo que está a acompanhar a Joana. Mas foi um livro que gerou críticas, para teres uma noção, em França, o país do Malraux, Celine, Sade e Bataille, gajos violentos para caraças, e dizem-me: “O livro é muito violento, não sei como vender isto.” Fiquei: ”PÁ,VOCÊS SÃO FRANCESES, MEU!” É uma experiência que pode ter ocorrido em 1930 ou 2030, há muitas mulheres que passaram por aquilo e que me disseram que tiveram de parar a meio porque se estavam a rever ali, e não por ser homem — aí, percebo.

Achas que ainda se confunde a própria voz do autor com a voz da personagem criada?   

As pessoas estão cada vez mais sem noção. Não é só a voz do autor, como a moralidade da personagem, também. Tive esta discussão há pouco tempo: tenho de pôr uma personagem num livro que é racista, não vou adocicá-la para apaziguar a consciência de ninguém. A questão já não é a moralidade de um autor, é a moralidade de uma personagem que está a servir um propósito dentro de uma história. Tenho de pôr ali uma caricatura do racista. Será pior para toda a gente, sobretudo para mim, se colocar um racista que trata bem a mãe, porque estou a humanizá-lo. Tem de ser uma caricatura bruta, tonta, facilmente odiável, pois se semeias ali alguma ambivalência — as pessoas não são nunca só uma coisa, nunca — pões o gajo a doar dinheiro ou a fazer caridade, as pessoas já não te vão perdoar.

Valério Romão / Fotografia de Rui André Soares – CCA

Em “Cair para dentro”, Virgínia incorpora em si algum do receio do ser humano em envelhecer mal e precocemente. Vivemos numa sociedade em que os idosos atravessam inúmeros problemas, desde monetários até à solidão. Qual é a tua opinião sobre uma sociedade cada vez mais envelhecida e desfavorecida?

Isto é muito complicado. Quando a pirâmide demográfica em Portugal, ou até nas sociedades ocidentais industrializadas e economicamente prósperas, é cada vez menos filhos e cada vez mais velhos, acho que, a partir daí, não há grande solução. Ou importamos gente mais nova ou temos políticas de natalidade fortes. Não é possível uma sociedade com uma quantidade de idosos tão grande prestar grandes cuidados de saúde a esses idosos. A pirâmide demográfica devia estar todos os dias pendurada no parlamento e aquela gente deveria estar a discutir como é que fazemos para inverter isto. Porque é a decadência total, no sentido em que nada funciona: os cuidados paliativos, os lares e todos esses serviços. A força produtiva não consegue compensar a segurança social para inverter este processo, não consegue, é impossível. Isto destrói completamente uma sociedade, não se resolve com qualquer medida pontual. Alguém tem de decidir que é preciso um pacto de regime em que nos próximos dez anos, venha quem vier, isto vai ser lidado desta forma em específico. Mas em Portugal é difícil, com os políticos que temos.

Ao longo da trilogia tentas induzir no leitor a emoção crua de cada personagem. Neste sentido, qual foi a mais difícil de materializar na tua escrita?

Acho que tive dificuldade com a Virgínia e a Eugénia, sobretudo em conseguir separá-las em termo de vozes. Consequentemente, acaba por se confundir um bocado, na medida em que estou a escrever as duas e, às vezes, perco a mão e acabo por fazer uma Virgínia um bocadinho a soar a Eugénia, ou a Eugénia a soar a Virgínia. Queria ter conseguido mantê-las mais bem apartadas, mas é difícil, ainda assim, é difícil — estou-me, portanto, a dar um certo desconto. À partida, o projeto era ser uma espécie de campo de dunas e areias movediças onde não se percebesse muito bem onde é que se está.

Esta entrevista teve o contributo de Rui André Soares e Ana Isabel Fernandes.

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