Fado Bicha apresentam álbum de estreia, “Ocupação”, em Lisboa e no Porto

por Comunidade Cultura e Arte,    5 Setembro, 2022
Fado Bicha apresentam álbum de estreia, “Ocupação”, em Lisboa e no Porto
Fotografia de Daryan Dornelles
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“Ocupação”, o aclamado álbum de estreia de Fado Bicha, será apresentado ao vivo no Porto, no M.Ou.Co., a 27 de outubro, e em Lisboa, no Teatro Maria Matos, a 2 de novembro. 
 
Os dois concertos “Chora e Dança” irão celebrar o percurso que Lila Fadista e João Caçador começaram em 2017, quando à linguagem do fado decidiram acrescentar o adjetivo bicha: palavra de luta, orgulho e resistência. Juntas deram mais de duas centenas de concertos antes de editarem “Ocupação”, o álbum de estreia da dupla, lançado nas plataformas digitais, a 3 de junho, e em vinil, a 29 de julho. 
 
“Ocupação” chega agora ao Porto e a Lisboa, onde as Fado Bicha se apresentam em nome próprio. Chora e Dança é o imperativo que a dupla convoca para este encontro, partindo da memória de Valentim de Barros, inspiração para a música de abertura do disco, “Requiem para Valentim”, onde o luto desemboca num epílogo de celebração. 

Tal como todo o álbum de estreia das Fado Bicha, os concertos de apresentação vão celebrar um conjunto multiforme de canções: algumas que fazem parte do percurso de cinco anos de concertos, outras novas; algumas próximas do cânone do fado tradicional, outras experimentando novos paradigmas; algumas desoladas, outras ensaiando novas possibilidades conceptuais de resistência e prazer para um conjunto de pessoas historicamente sujeitas ao apagamento físico e simbólico. A tudo isto, juntando colaborações com outres artistas queer em Portugal: Symone de lá Dragma, passarumacaco, Labaq, Trypas Corassão e com uma produção elegante, a cargo de Luís Clara Gomes (Moullinex). 
 
Destacado na imprensa como um dos grandes lançamentos da música portuguesa da primeira metade de 2022, ”Ocupação” trabalha sobre um património musical e estético com que Lila e João cresceram, mas que continua preso a uma rigidez cisheteronormativa. Sem pedir licença ou legitimação, Fado Bicha decidiu ocupar um lugar que não existia, e sentar-se à mesa numa cadeira que não estava lá. 

Fotografia de Daryan Dornelles

Depois de uma passagem pelo Brasil e por Nova Iorque, as Fado Bicha apresentaram-se recentemente no Festival Músicas do Mundo e no Festival Bons Sons, em dois concertos vibrantes, lotados e que se tornaram verdadeiras festas de orgulho, luta e inclusividade. 
 
O fado é o instrumento que as Fado Bicha escolheram “para evocar e convocar todas aquelas que, pela dissidência de corpo, género e desejo, foram mortas, obliteradas, agredidas, aviltadas em Portugal. Para ocuparmos todas juntas, as vivas e as mortas, um futuro iminente. Chorando e dançando de corpo presente.”, pode ler-se num comunicado.

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