Falemos sobre o XXX Tágides

por Cronista convidado,    7 Março, 2024
Falemos sobre o XXX Tágides
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Falemos sobre tunas. Sem dissimulações, sabendo que terei, potencialmente, perdido alguns (muitos) leitores nas primeiras três palavras. O conceito é relativamente simples de explicar, mas a maioria das pessoas resumiria em duas palavras: música e boémia, com particular ênfase na segunda. Deixem então que vos fale da música.

Este fim de semana, e tal como nas anteriores vinte e nove edições do Tágides, passam pela Academia Almadense quase uma dezena de tunas vindas de norte a sul do país. Grupos com diferentes cunhos, raízes e musicalidades, temas originais e adaptações. Até aqui, fora os cachets inexistentes, poderíamos falar de um qualquer pequeno festival de música. 

Em Almada, vão soar novas roupagens para fados conhecidos ou já esquecidos, interpretações de temas do barroco ao clássico, ou viagens inspiradas no Brasil ou em Cuba. Pelo meio poderão ouvir um futuro Médico, Advogado, Gestor ou Engenheiro que encontrou na música e fora das aulas a paixão e dedicação que transporta para a sua vida. 

No fim de contas, são apenas grupos de jovens: uns que vieram da música, outros que a conhecem pela primeira vez. Em comunidade aprendem e ensinam a cantar, a tocar, a compor. Talvez venham a ser famosos um dia e, quem sabe, possam mesmo ser Médicos e cantar num festival de verão. Em boa verdade, basta-lhes fazer novas músicas e poemas, e com isso ganhamos todos.

Desde 1993 que a cidade de Almada abraça e enche este evento, e talvez os leitores escolham esta 30ª Edição para o abraçar também. Se não, talvez abracem a ideia bonita de jovens a fazer música pelo gosto de a fazer e escutem alguns temas. Há álbuns que nos marcam e outros que esquecemos rapidamente, mas para todos eles, pelo menos uma vez, temos de carregar no Play.

Crónica de Ricardo Ribeiro, Engenheiro Civil, membro da anTUNiA e dos Margem.

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