Festival Transborda, 1.ª Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada, regressa a Almada
A nova direção da Casa da Dança dará continuidade ao projeto implementado pelo coreógrafo Paulo Ribeiro a convite da Câmara Municipal de Almada com o objetivo de estabelecer na cidade e no país um centro de dança dedicado a esta forma artística. Com longa experiência em programação internacional e em ações de qualificação artística, Adriana Grechi e Amaury Cacciacarro assumem a direção artística da Casa da Dança.
A Casa da Dança inicia sua programação de 2021 com o objetivo de estabelecer no município de Almada um centro internacional de investigação em dança dedicado à criação contemporânea, à formação e à qualificação artística local através da partilha de processos e obras artísticas, e à difusão de trabalhos performativos para públicos diversos.
A programação anual tem como foco quatro eixos principais que desenham uma rede conectada de ações: Programação Internacional: TRANSBORDA, Apoio à Criação, Qualificação Artística e Novas Perspetivas para a Dança.
Em JUNHO a Casa da Dança apresenta em Almada uma Programação Internacional com espetáculos no Fórum Municipal Romeu Correia e na Casa Municipal da Juventude de Cacilhas programados na TRANSBORDA – 1ª Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada, com os coreógrafos Michelle Moura, João Fiadeiro e Carolina Campos, Sofia Dias e Vítor Roriz, Eduardo Fukushima, Jonas e Lander; uma oficina com João Fiadeiro; e programação online com Brasil Sequestrado e conversas.
Para o Apoio à Criação artística, a Casa da Dança continuará a acolher com as residências os processos de criação de artistas, durante todo o ano de 2021, e acrescentará no final das residências partilhas públicas de processos. A Qualificação Artística é dirigida a profissionais e estudantes de dança, promovendo criações participativas em performances dirigidas por coreógrafos internacionais.
O eixo Novas Perspetivas para a Dança é voltado à reflexão e ao debate. Em JULHO a Casa da Dança apresenta um ciclo de conversas com diretores de Casas de Dança e Centros Culturais inovadores de diferentes países mediadas pela investigadora Sílvia Pinto Coelho.
A Casa da Dança ampliará, assim, o acesso e a qualificação artística no município, apoiando artistas e interligando propostas conectadas ao presente e que refletem sobre o futuro da dança e das artes performativas contemporâneas.
A TRANSBORDA, realiza-se entre 18 e 27 de Junho de 2021. Inclui apresentações, oficinas, performances criadas para o formato digital e conversas online.
TRANSBORDA reúne artistas e curadores provenientes do Brasil, Espanha, Alemanha e Portugal que experimentam práticas urgentes e inovadoras em dança e noutras artes performativas e cria na cidade um contexto totalmente dedicado à criação de ponta contemporânea, à partilha artística e à difusão de trabalhos performativos movidos pelo desejo de experimentação e de exceder fronteiras.
A TRANSBORDA apresentará anualmente artistas e curadores que realizam trabalhos com enfoque na diversidade dos corpos, nas possíveis formas de convivência entre diferentes culturas e na instituição de campos relacionais através da arte. A programação aproxima artistas que investigam no corpo linguagens singulares, um ecossistema de criadores interessados em encontros que possibilitam deslocamentos e transformações. Experiências cheias de vitalidade questionadora que transpõem limites entre as artes, entre as pessoas.
Para a 1ª edição são convidados oito criadores para apresentar cinco obras: João Fiadeiro e Carolina Campos (Portugal/Brasil), Sofia Dias e Vítor Roriz (Portugal), Eduardo Fukushima (Brasil), Michelle Moura (Brasil/Alemanha) e Jonas & Lander (Portugal).
“Ça va exploser” de Carolina Campos e João Fiadeiro é a história de uma crise. A crise de um encontro. Com o outro, com nós mesmos, com o mundo. “O Que Não Acontece” de Sofia Dias e Vítor Roriz coloca gestos e palavras em fricção, possibilitando novos sentidos à linguagem falada e à linguagem do corpo. “Homem Torto” de Eduardo Fukushima expõe um corpo múltiplo em constante mutação. Uma dança que passa aos olhos do público, é passagem, é caminhada, é ir, é insistência, é movimento nu e cru. “Fole” de Michelle Moura explora o paradoxo de mover e ser movido, gerando instabilidade, exagero e desorientação. “Coin Operated” de Jonas & Lander é uma peça onde o diálogo com o público é direto e participativo. A performance desenha uma nova relação com o espetador, em que o mesmo passa a ter um papel ativo na ação artística.
A TRANSBORDA propõe também aproximações aos processos criativos dos artistas convidados com uma oficina dirigida pelo coreógrafo João Fiadeiro e com conversas online mediadas por Ruy Filho, crítico de artes, diretor da revista Antro Positivo (www.antropositivo.com.br).
A TRANSBORDA reapresentará a sua programação online, realizada em janeiro de 2021, com o projeto “Brasil Sequestrado” composto por performances concebidas para o formato digital por Eduardo Bonito e Isabel Ferreira, curadores baseados em Madrid. As apresentações foram criadas especialmente para a mostra e contam com a participação de diversos artistas do Brasil.