Fundação José Saramago celebra 16.º aniversário com mural “Caos e Ordem”
Numa iniciativa da Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa e da Fundação José Saramago, o 16.º aniversário da Fundação José Saramago celebra-se com a inscrição de uma das mais icónicas frases de José Saramago no espaço público, num desenho do artista urbano João Varela que agora ocupará uma parede junto à Casa dos Bicos, que desde 2012 é sede da Fundação que leva o nome do Prémio Nobel português.
“Em tempos de caos um pouco por todo o lado, quando precisamos de decifrar tantas e tantas ordens, agradecemos a todos os envolvidos, entidades e pessoas, ao João Varela, ao Miguel Gonçalves Mendes, ao Hotel Riverside Alfama, que permitiu que a intervenção pudesse ser realizada no respetivo muro, do qual são proprietários, terem possibilitado que este aniversário se prolongue no tempo, enquanto as palavras de José Saramago ali se mantiverem desenhadas. Aos trabalhadores da Fundação, uma palavra de agradecimento, porque é com eles que o trabalho diário se realiza e é assegurado. E, claro, a José Saramago, que diariamente continua connosco através das suas ideias e das suas palavras, e aos seus leitores, o nosso obrigado!”, pode ler-se num comunicado.
“O trabalho de pintura mural está sempre sujeito a inúmeras condições, sendo as mais desafiantes aquelas que o local nos impõe. A seguinte proposta, torna a principal dificuldade de projectar um mural para Rua Afonso de Albuquerque na sua solução. O mural é projectado de modo a ter um único ponto de vista correcto, as escadinhas das portas do mar. As formas, que para quem passa pela rua são distorcidas e sem grande leitura, ganham significado e dimensão quando vistas do décimo degrau. Forçando a perspectiva da parede, é imaginada uma espécie de caixa, com espaço negativo onde vivem as letras. Para uma composição mais dinâmica acabei apenas por utilizar as duas palavras-chave, “CAOS e ORDEM”, da frase do livro O Homem Duplicado de José Saramago: “O caos é uma ordem por decifrar”. Para o formato e tamanho do mural, seria inviável representar a frase na sua totalidade. No entanto, a dualidade e o contraste das ideias na frase inspirou a composição e as escolhas gráficas para cada palavra.”, refere João Varela, autor do mural, na memória descritiva do mural.
