Lisboa homenageia Zé Pedro, Celeste Rodrigues e mais cinco personalidades na toponimia da cidade

por Lusa,    29 Novembro, 2023
Lisboa homenageia Zé Pedro, Celeste Rodrigues e mais cinco personalidades na toponimia da cidade
Zé Pedro / Fotografia de Carlos Ramos
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A Câmara de Lisboa aprovou a atribuição dos topónimos “Rua Madre Teresa de Calcutá”, “Rua Madalena Iglésias”, “Rua Celeste Rodrigues”, “Rua Fernanda Montemor”, “Rua Georgina Ribas” e “Rua João Pedro Grácio”, todos na zona de Braço de Prata.

Em reunião privada, o executivo municipal viabilizou também, por unanimidade, a atribuição do topónimo “Jardim Zé Pedro” ao Jardim à Rua General Silva Freire, nos Olivais, homenageando o músico Zé Pedro, guitarrista e fundador do grupo de rock português Xutos & Pontapés, que faleceu aos 61 anos, em 30 de novembro de 2017, em Lisboa.

A câmara decidiu ainda, unanimemente, prestar pesar pelo falecimento da cantora Sara Tavares, propondo “a atribuição, a título póstumo, da Medalha Municipal de Mérito Cultural à artista”.

A proposta de atribuir o topónimo “Rua Madre Teresa de Calcutá” à Rua C ao Braço de Prata, em Marvila, foi aprovada com o voto contra do Livre, a abstenção dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e os votos a favor dos restantes, nomeadamente a liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta, PS, PCP e BE.

“Anjezë Gonxhe Bojaxhiu, conhecida como Madre Teresa de Calcutá ou Santa Teresa de Calcutá, nasceu em Skopje, Macedónia do Norte, a 26 de agosto de 1910, e faleceu em Calcutá, Índia, a 05 de setembro de 1997. De etnia albanesa e naturalizada indiana, Madre Teresa, missionária católica da caridade, foi uma figura inspiradora, que acreditava no poder do amor e da bondade como veículo para a transformação do mundo”, lê-se na proposta.

Por unanimidade foram aprovadas as restantes propostas de topónimos, designadamente “Rua Madalena Iglésias” à Rua A + Rua D ao Braço de Prata, “Rua Celeste Rodrigues” à Rua D 1 ao Braço de Prata, “Rua Fernanda Montemor” à Rua F ao Braço de Prata, “Rua Georgina Ribas” à Rua G ao Braço Prata e “Rua João Pedro Grácio” à Rua Projetada à Rua Conselheiro Lopo Vaz.

Madalena Iglésias nasceu em Lisboa, em 24 de outubro de 1939, “foi figura de destaque no panorama do nacional-cançonetismo de Portugal nos anos 60 do Século XX”, participou nos Festivais RTP da Canção em 1964, 1965, 1966 e 1969, “triunfando em 1966, com o icónico tema ‘Ele e Ela’”. Faleceu em 16 de janeiro de 2018, em Barcelona.

Quanto a Celeste Rodrigues, que nasceu em 14 de março de 1923, no Fundão, e faleceu em 01 de agosto de 2018, em Lisboa, “distinguiu-se como cantora de fado, quer a nível nacional, quer internacional, numa carreira que se estendeu ao longo de sete décadas, registo de uma época de Lisboa em que o fado sobressaía como sendo essencialmente cultura e espelho de alma”.

Fernanda Montemor, nascida em Sernancelhe, em 1935, foi “uma atriz notável e multifacetada”. Faleceu em 26 de março de 2015.

A câmara homenageia também na toponímia da cidade Georgina Ribas, nascida em Angola em 1882 e falecida em Lisboa em 1951, que “foi uma talentosa pianista, esmerada professora de música, antirracista e feminista, com um papel de relevo na vida associativa da cidade de Lisboa e no Movimento Negro entre 1911 e 1933, pugnando a sua intervenção política pela exigência de políticas de igualdade de direitos para as pessoas negras”.

É também homenageado João Pedro Grácio, nascido em Coimbrão (Leiria) em 1872 e falecido em 1962, que “marcou de uma forma muito decisiva, durante décadas, o panorama da guitarra portuguesa”.

Também por unanimidade, a câmara ratificou a decisão de atribuir a Medalha Municipal de Mérito Cultural a Aristides Paris, conhecido como Tito Paris, músico, compositor e cantor cabo-verdiano, radicado em Lisboa.

Em discussão estiveram igualmente propostas subscritas pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), para a atribuição de Medalha Municipal de Mérito a Título Póstumo a Joaquim dos Santos Pires e a José Eduardo Oliveira Coimbra, ambos mortos no âmbito dos confrontos de 25 de Novembro de 1975.

As duas propostas chegaram a ser votadas, por voto secreto, mas o resultado foi de empate entre os votos contra e a favor.

Para a repetição da votação já não estava presente a mesma representação política, mas a liderança PSD/CDS-PP insistiu em avançar com a votação.

Contudo, a oposição saiu da sala, ficando a reunião sem quórum, pelo que as propostas terão de ser votadas numa próxima reunião.

Como extra-agenda, a liderança PSD/CDS-PP propôs a constituição de um grupo de trabalho no âmbito das comemorações municipais dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, mas a proposta não chegou a ser discutida e votada.

Atualmente, o executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –, três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.

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