Número de pobres aumenta no Brasil. 29,4% da população vive na pobreza. É o maior nível em dez anos

por Lusa,    3 Dezembro, 2022
Número de pobres aumenta no Brasil. 29,4% da população vive na pobreza. É o maior nível em dez anos
Fotografia de william f. santos / Unsplash
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O número de pessoas a viver na pobreza no Brasil disparou e atingiu 62,5 milhões em 2021, o equivalente a 29,4% da população, o maior nível em dez anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de pobres aumentou 22,7% em apenas um ano, a maior subida desde que o IBGE estadual começou a fazer essa estatística em 2012.

Da mesma forma, o número de pessoas em extrema pobreza aumentou 48,2%, atingindo um total de 17,9 milhões de brasileiros, número que equivale a 8,4% da população do país sul-americano.

O IBGE atribuiu o aumento da pobreza no ano passado ao efeito da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

Enquanto 37,7% dos negros e pardos viviam na pobreza no Brasil, esta percentagem era de 18,6% entre os brancos.

As regiões mais pobres e onde a escassez populacional se agravou no último ano são o nordeste (48,7%) e a amazónia (44,9%), áreas que foram decisivas para a vitória do líder progressista Luiz Inácio Lula da Silva na eleições presidenciais de outubro.

Em contraste, no sudeste do Brasil, que inclui os populosos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a população a viver na pobreza era de 20,6%.

O empobrecimento fez com que o índice de Gini, usado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para medir a desigualdade, ficasse em 0,544 pontos, voltando aos valores registados em 2019.

A recuperação do mercado de trabalho em 2021 não foi suficiente para reverter as perdas de 2020. Outro fator que ajuda a explicar o aumento da pobreza foi a redução dos valores destinados a subsidiar os mais pobres“, frisou o economista André Simões, analista do IBGE, num comunicado.

O estudo utilizou os mesmos critérios usados pelo Banco Mundial para medir a pobreza, que considera pobres as famílias que sobrevivem com menos de 5,5 dólares (5,22 euros) por dia per capita e muito pobres aquelas que recebem menos de 1,9 dólares (1,8 euros) por dia por pessoa.

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