O dia em que os Led Zeppelin descobriram Kashmir

por Pedro Fernandes,    24 Janeiro, 2017
O dia em que os Led Zeppelin descobriram Kashmir
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«Oh let the sun beat down upon my face, stars to fill my dream
I am a traveler of both time and space, to be where I have been»

Uma das músicas mais emblemáticas dos Led Zeppelin é “Kashmir” do sexto albúm Physical Graffiti, lançado em 1975. O nome da música é uma referência à homónima região do norte da Índia. Epistemologicamente a palavra significa “terra desprovida de água”. A história desta região é marcada por conflitos e tensões. Disputada por Índia e Paquistão, esta já foi alvo de terrorismo e guerras, bem como protestos de independência por parte dos seus habitantes.

«All I see turns to brown, as the sun burns the ground
And my eyes fill with sand, as I scan this wasted land»

Em 2010, Robert Plant, em entrevista à Mojo, explicou que esta música nasceu de uma viagem que este tinha realizado com Jimmy Page pelo Deserto Sahara em direcção a Marrocos, com destino final a Kashmir. O título original era “Driving to Kashmir” por se tratar de uma aventura. Plant explica que a inspiração veio do caminho interminável que estes percorriam para atravessar o deserto. Ainda assim, nenhum membro da banda tinha estado efectivamente em Kashmir antes da música estar composta.

«Oh, pilot of the storm who leaves no trace, like thoughts inside a dream
Heed the path that led me to that place, yellow desert stream»

É unânime dentro da banda em como esta é uma suas melhores realizações musicais. Jimmy Page destaca a intensidade hipnótica difícil de descrever. Por outro lado, Plant destaca o facto de, apesar da música ser muito intensa, não ser considerada “Heavy Metal”, um rótulo que não seria do agrado da banda. A música conta com a participação especial de John Bonham. A região influenciou mais do que a metafórica e mística letra. Os Led Zeppelin admitem que “Kashmir” inclui padrões de músicas tradicionais de Marrocos, Índia e do Médio Oriente.

“It was an amazing piece of music to write to, and an incredible challenge for me. Because of the time signature, the whole deal of the song is…not grandiose, but powerful. It required some kind of epithet, or abstract lyrical setting about the whole idea of life being an adventure and being a series of illuminated moments. But everything is not what you see. It was quite a task, because I couldn’t sing it. It was like the song was bigger than me.”

– Robert Plant

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