O Doclisboa’18 acontece em Outubro e já se conhecem alguns filmes do festival
The Waldheim Waltz, de Ruth Beckermann, será exibido na sessão de abertura do Doclisboa, e contará com a presença da realizadora na Culturgest. No filme, que venceu o Prémio para Melhor Documentário no Festival de Berlim, Ruth Beckermann recorre a materiais de arquivo para um novo olhar sobre o caso de Kurt Waldheim, ex Secretário-geral da ONU com um obscuro passado Nazi. Na sessão de encerramento do festival, no Cinema São Jorge, poderá ser visto Infinite Football, de Corneliu Porumboiu. O realizador romeno volta à sua terra natal para saber mais sobre um novo desporto inventado a partir de alterações às regras do futebol. Infinite Football teve a sua estreia na última edição do Festival de Berlim.
O Doclisboa divulga ainda os filmes da secção Da Terra à Lua, na qual volta a exibir obras que marcam a actualidade, como é o caso de Dead Souls, o novo filme de Wang Bing, que estreia depois de ter integrado a Selecção Oficial da última edição do Festival de Cannes. Presença habitual no Doclisboa, Wang Bing venceu já por três vezes a competição internacional do festival, em 2003, 2012 e 2014. No ano passado, o realizador esteve duplamente representado com Bitter Money e Mrs. Fang.
Também do Festival de Cannes vem Samouni Road, de Stefano Savona, filme que foi distinguido com o prémio Golden Eye, atribuído ao Melhor Documentário.
Želimir Žilnik virá ao Doclisboa para a estreia mundial do seu filme mais recente, The Most Beautiful Country in the World, três anos após o festival ter dedicado ao realizador a primeira retrospectiva completa de seu trabalho.
A representação portuguesa nesta secção faz-se também com estreias mundiais: Rosa Coutinho Cabral apresenta PE SAN IÉ, Steve Sprung exibe pela primeira vez O Plano, e Pedro Neves Marques mostra a curta-metragem A Arte Que Faz Mal à Vista, filme sobre a estátua do padre António Vieira, que será exibido em conjunto com Ava Yvy Vera – A Terra do Povo do Raio, obra realizada por um colectivo indígena sobre a reconquista das suas terras.
Fahavalo, Madagascar 1947 é outro dos filmes em destaque, e Marie-Clémence Andriamonta-Paes volta a Madagáscar para reabrir as feridas do colonialismo naquele país. A estreia europeia do filme acontece no Doclisboa, com a presença da realizadora.
Talal Derki apresenta Of Fathers and Sons, dando-nos uma perspectiva única e rara sobre o quotidiano de uma família radical islâmica. O filme venceu, entre outros prémios, o Prémio para Melhor Documentário na última edição do Festival de Sundance.
Em The Silence of Others, Almudena Carracedo e Robert Bahar mostram a luta urgente e em curso das vítimas e sobreviventes de atrocidades cometidas durante a ditadura de Franco, em Espanha. A exibição do filme será acompanhada por um debate, com a presença da realizadora e de Paqui Maqueda, representante da associação Nuestra Memoria, que o filme acompanha. Produzido pelo cineasta Pedro Almodóvar, The Silence of Others foi premiado no Festival de Berlim.
The Raft, de Marcus Lindeen, chega ao Doclisboa depois de ter vencido o prémio máximo do festival CPH:DOX, e dá-nos a conhecer os sobreviventes de uma experiência social sobre a violência e a atracção sexual, realizada nos anos 70.
Estas novidades vêm juntar-se à já anunciada retrospectiva integral dedicada a Luis Ospina, que será a primeira na Europa e contará com a presença do realizador, e também ao foco “Navegar o Eufrates, Viajar no Tempo do Mundo“, que explora o passado daquela região geográfica para compreender o seu presente. O Doclisboa’18 acontece de 18 a 28 de Outubro.