Os 100 museus mais visitados do mundo registaram 141 milhões de entradas em 2022. Valores ficam aquém de 2019

por Lusa,    27 Março, 2023
Os 100 museus mais visitados do mundo registaram 141 milhões de entradas em 2022. Valores ficam aquém de 2019
Fotografia de Diogo Fagundes / Unsplash
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Os 100 museus mais visitados do mundo registaram 141 milhões de entradas em 2022, o dobro do ano anterior, mas a maioria ainda sofre o impacto da pandemia, ficando aquém dos números de 2019, segundo as estatísticas. 

Esta afluência foi quase três vezes maior do que a registada em 2020, mas ainda está longe dos 230 milhões de visitantes verificados em 2019, ano anterior ao surgimento da pandemia de covid-19, indicam as estatísticas recolhidas pela publicação internacional The Art Newspaper.

Após dois anos de restrições e incertezas provocadas pela covid-19, 2022 foi o ano em que a maioria dos visitantes conseguiu voltar a ver exposições nacionais ou no estrangeiro, regressando aos grandes museus em Paris, Londres, Roma e Nova Iorque.

O Museu do Louvre, em Paris, que habitualmente lidera a lista dos 100 museus mais visitados do mundo, voltou a marcar essa posição, com cerca de 7,7 milhões de visitantes em 2022, mas ainda um quinto menos do que em 2019, ano de referência em pré-pandemia.

Com um aumento de 173% face a 2021, o Louvre continua com menos 20% de entradas comparando com 2019, indicam as estatísticas do estudo que a publicação internacional realiza anualmente.

O Museu Coleção Berardo, em Lisboa – cuja designação foi alterada no início deste ano para Museu de Are Contemporânea Centro Cultural de Belém – é o único espaço museológico português que figura na lista dos 100 mais visitados, tendo alcançado a 96.ª posição, com 617.684 entradas, mais 116% que em 2021, mas ainda 42% abaixo de 2019.

Do Brasil, apenas o Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, conseguiu entrar na lista, em 33.º lugar, com 1.364.208 visitantes.

Em situação idêntica esteve o Museu Nacional do Prado, em Madrid, Espanha, que conseguiu alcançar a 13.ª posição da lista, com 2.456.724 entradas, numa subida de 109%, mas a registar uma quebra de 30% comparando com o último ano antes da pandemia.

Em segundo lugar na lista dos 100 mais visitados ficaram os Museus do Vaticano, em Itália, com 5.080.866, e o terceiro e quatro lugares couberam a museus em Londres, no Reino Unido, segundo o mesmo estudo.

O British Museum contabilizou 4.097.253 visitas, mais 209% do que 2021, mas menos 34% do que em 2019, e logo a seguir, a Tate Modern, com 3.883.160, num ganho de 236% em relação a 2021, mas ainda com menos 36% no ano antes do surgimento do covid-19.

A recuperação mundial é desigual, sublinha o artigo do The Art Newspaper: em quinto lugar surge o Museu Nacional da Coreia, em Seul, visitado por 3.411.381 pessoas em 2022, num aumento de 170% face ao ano anterior e, excecionalmente, na lista, com 2% de aumento em relação a 2019.

Outras exceções – 17 conhecidas entre uma centena – são o Museu Nacional Russo, em São Petersburgo, com 2.651.688 entradas, mais 17% que em 2021 e mais 11% comparando com 2019, ou o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, nos Estados unidos, que atraiu 2.190.440 visitantes em 2022, mais 89% que em 2021, e já mais 10% do que em 2019.

No entanto, o Museu do Hermitage, também em São Petersburgo, que recebeu 2.812.913 visitas no ano passado, subindo 71%, ficou 43% aquém de 2019, os Museus do Kremlin, em Moscovo, registaram 861.341 visitantes, numa subida de 49%, mas ainda 72% abaixo da referência pré-pandémica.

Nos Estados Unidos, o Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, com 3.208.832, ganhou mais 64% entradas que em 2021, mas menos 34% que em 2019, em Washington, a National Gallery of Art acolheu 3.256.433 visitantes – o mais visitado do país -, numa subida de 91%, mas ainda com menos 20% relativamente aos números pré-pandemia.

Na China, devido à política muito restritiva para lidar com a pandemia, o impacto negativo nas visitas dos museus do país foi elevado.

Uma exceção em território chinês foi o novo Museu M+, em Hong Kong, inaugurado em novembro de 2021, e encerrado durante quatro meses em 2022, que conseguiu atrair mais de dois milhões de visitantes, entrando nos 20 museus mais visitados do mundo.

Na Grécia, em Atenas, o Museu da Acrópole acolheu 1.451.727 visitantes, mais 165% do que em 2021, mas menos 18% que em 2019, 

Em Portugal, os museus, monumentos e palácios nacionais recuperaram quase dois milhões de visitantes em 2022, após as perdas durante a pandemia, somando um total de 3.339.416 entradas, segundo as estatísticas da Direção-Geral do Património Cultural, ficando, no entanto, também aquém dos cerca de quatro a cinco milhões, atingidos antes da pandemia, entre 2017 e 2019.

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