Paredes de Coura dia 3: King Gizzard de Paredes de Coura

por Linda Formiga,    26 Agosto, 2016
Paredes de Coura dia 3: King Gizzard de Paredes de Coura
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A terceira noite do Vodafone Paredes de Coura começou cedo com os First Breath after Coma no palco secundário. A banda de Leiria contou com a presença de Noiserv, que colaborou no último (e impressionante) trabalho da banda, Drifter.

Também com trabalho novo, Sean Riley and the Slowriders subiram depois ao palco secundário para reafirmarem a qualidade das bandas portuguesas que passaram por aqui. E se em First Breath after Coma o palco já era pequeno para tanto talento, com Sean Riley confirmámos que as bandas portuguesas estão cada vez mais profissionais e cada vez mais merecedoras de palcos que façam jus ao seu talento. Com a presença surpresa de Paulo Furtado (Legendary Tigerman) e muitas pessoas a assistir, roubou alguns espectadores ao início da actuação Kevin Morby no palco principal.

Kevin Morby, que estará no Vodafone Mexefest, presta a devida homenagem à música americana e pede-nos mais trabalho de casa para conhecermos a sua obra. Não por ele, mas pelo que merece.

E de noite fechada começa o frenesim do rock psicadélico dos King Gizzard & the Lizard Wizard numa actuação sem pausas, com dois bateristas perfeitamente sincronizados e com uma energia que se reflectia no crowdsurfing ininterrupto na frente de palco. Goste-se ou não (quem vos escreve não aprecia por aí além), não se pode dizer que este não tenha sido o concerto da noite. Por tudo, pela energia pura e bruta, pelo rock desenfreado, pela velocidade e pela honestidade com que se entregam.

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Não é fácil manter o ritmo e os The Vaccines que se seguiram não imprimiram a mesma pujança dos King Gizzard, e não foram além de uma actuação normal, o que não é negativo, mas também não coloca os Vaccines no top 3 das actuações da noite.

A banda que se seguiu, Cage the Elephant, exprimiu todo o amor que tinha para dar. Pela própria banda e por todas as outras bandas, pelo público de 2016 e pelo público que os viu no mesmo palco em 2014, tudo culminou no enorme amor por Paredes de Coura que as bandas não se cansaram de expressar. Com trabalho relativamente novo produzido por Dan Auerbach dos The Black Keys, os Cage the Elephant têm no vocalista, Matthew Schultz, um verdadeiro entertainer, um cantor com um fôlego impressionante e uma personagem que nós não conseguimos deixar de seguir, no meio dos seus mil saltos e corridas pelo palco. E se no vocalista têm o entertainer, no guitarrista Brad Schultz têm um galã que (se) delicia (n)as fãs mais atrevidas na primeira fila em várias incursões ao fosso entre o palco e o público. Os Cage the Elephant não são propriamente alternativos na sonoridade, os refrões são entoados em uníssono por um público conquistado desde o primeiro minuto e os grandes e obrigatórios temas não faltaram, como Cry Baby, Aberdeen ou Come a Little Closer. O teclista da banda diz-nos por fim que têm de terminar (antecipadamente ou não) o concerto porque têm de viajar para a Polónia, e assim terminam com Teeth, com o público e banda rendidos um pelo outro.

É esta a magia de Paredes de Coura?

Fotos: ©BLITZ/Rita Carmo

 

 

 

 

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