Pessoa, Müller e Shakespeare reunidos no Teatro da Trindade
“Para quê um reino que ter se não há mais que a hora de se ser ou não ser? Usar a máscara de Hamlet é reconhecer o fracasso. A atroz descoberta de si desvela o único e merecido trono: a morte.”
Mais de quatrocentos anos depois, o príncipe da Dinamarca continua nas bocas do mundo ou, pelo menos, nas bocas de cena dos palcos do mundo, presencialmente ou em espírito, não desatualiza e inspira.
Além de Hamlet, “A Morte do Príncipe” faz-se a partir de obras de Fernando Pessoa, Heiner Müller e William Shakespeare.
Com dramaturgia e encenação de Ricardo Boléo (que, aos 32 anos, já viu uma das suas peças representadas no Teatro Nacional Dona Maria II, tendo escrito e dirigido várias em espaços convencionais e não convencionais), a peça promete falar do impossível, de ruínas, de terror e desespero, da “Europa reduzida a escombros. As ruínas, o reduto do crime.” e de uma “esperança que não se concretizou”.
“A Morte do Príncipe” conta com as interpretações dos jovens atores, conhecidos do pequeno ecrã, José Condessa e Lídia Muñoz, e será apresentada na Sala Estúdio do Teatro da Trindade.
A estreia está marcada para o dia 27 de Outubro e permanece em cena até 20 de Novembro, de quarta a domingo.
Para os mais curiosos, no dia 10 de Novembro, após o final do espetáculo, haverá uma conversa entre a equipa artística e o público, integrada num ciclo organizado pelo Projeto Comunidade do Teatro, com intenção de “prolongar a relação efémera que o espetador estabelece com cada espetáculo e com o Trindade, e dedicar especial atenção ao associativismo, ao teatro de amadores e ao público escolar”.