Petição para classificar obra de José Mário Branco soma mais de 2.100 assinaturas

por Lusa,    27 Novembro, 2023
Petição para classificar obra de José Mário Branco soma mais de 2.100 assinaturas
José Mário Branco / Fotografia de Isabel Pinto
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Mais de 2.100 pessoas já subscreveram uma petição pública a pedir que a obra de José Mário Branco seja classificada como de interesse nacional, pela importância na música portuguesa, disseram à Lusa dois dos autores da iniciativa.

A petição pública, lançada no início do mês, é dirigida ao Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e a ideia partiu de 39 pessoas ligadas à música portuguesa.

“É inquestionável a importância da obra de José Mário Branco, não só pela sua obra pessoal, em termos de música e em termos de cantautor, mas também porque foi relevante para muitos cantautores e fadistas portugueses”, afirmou o músico Vítor Sarmento, um dos peticionários.

Entre os primeiros peticionários estão também os músicos Francisco Fanhais, Gaspar Varela, João Afonso, José Barros, Manuel Freire e Marco Oliveira, o editor Arnaldo Trindade, a cantora Ana Ribeiro, o investigador João Carlos Callixto e o radialista Armando Carvalhêda.

“Estamos a fazer 50 anos da revolução [de 25 de Abril de 1974] e achamos que é importantíssimo ser feito agora e ser reconhecido agora”, disse à Lusa o produtor musical Alain Vachier, que trabalhou com José Mário Branco.

Vítor Sarmento lembrou que “existe felizmente na universidade um trabalho profundo de compilação e de divulgação da obra do Zé Mário”. No entanto, os peticionários querem que seja também o Estado a dar um caráter nacional, classificando a obra daquele músico.

“A sua obra é, sem qualquer dúvida, um património cultural português. A classificação desta será um passo importante para o seu conhecimento e preservação, assim como um impulso decisivo para a divulgação futura”, lê-se na petição.

José Mário Branco, um dos mais importantes nomes da música portuguesa do século XX, em particular desde a década de 1970, morreu aos 77 anos, em novembro de 2019.

Em 2021, a família do músico assinou um protocolo de cedência de todo o espólio à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, para organização e catalogação de centenas de documentos, gravações, fotografias, discos e outros objetos.

Este protocolo tinha como finalidade dar seguimento ao trabalho que José Mário Branco tinha encetado anos antes com o Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança (INET-md) e o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM), daquela universidade, de identificação e catalogação da obra escrita e musical.

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