Podcast Nuclear. O abuso sexual na esfera mediática com Michaela Coel e as canções de FKA Twigs, Celeste, Nina Simone e Diana Ross
Tiago Fortuna é autor do podcast Nuclear. Trabalha nas áreas de acessibilidade cultural, direitos de pessoas com deficiência e comunicação estratégica musical.
O abuso sexual tem ganho exposição mediática nos últimos anos mas precisa de continuar a ser falado. A série “I May Destroy You”, escrita, realizada e protagonizada por Michaela Coel é uma excelente janela para pensarmos este flagelo. É uma obra que nasceu da sua experiência pessoal de abuso sexual e, através deste projecto, reflecte sobre as marcas deixadas pelo trauma na vida quotidiana. O argumento contempla ainda, de forma tão terna quanto hilariante, a importância das relações de amizade na geração millenial.
Este episódio chama-se “with love and care”, um verso emprestado por Diana Ross, do icónico tema “It’s My House”. Existem várias canções sobre carinho e amor, além de Ross, ouvem-se Aretha Franklin, Celeste e FKA Twigs. Na fronteira entre o amor e o activismo encontra-se Nina Simone com “Black Is the Color of My True Love’s Hair”. Para lá dessa fronteira, estão os britânicos Sons of Kemet com puro activismo, reactivo e capaz de celebrar a diáspora negra.
Novo episódio de NUCLEAR já disponível nas principais plataformas e em www.culturanuclear.pt. Abaixo fica o destaque sobre a série “I May Destroy You”. Fiquem connosco!
Em foco: “I May Destroy You”
O que significa o consentimento sexual? Como se lida com a culpa? Como é que se mantém a integridade? E a sanidade mental? Como se resiste e sobrevive ao abuso sexual? “I May Destroy You” foi uma das melhores séries de 2020, coloca-nos estas e muitas mais questões. Não apresenta respostas definitivas mas algumas possíveis, no contexto das personagens, ajustadas à sua realidade social.
O vídeo acima reúne uma série de testemunhos de espectadores que viram a série e mostra-nos como um projecto artístico pode impactar as nossas vidas. A série consegue ainda criar uma reflexão profunda sobre o abuso sexual, a New Yorker escreveu este texto que vale a pena ler. A amizade é central no argumento e os três actores principais deram esta entrevista ao The Guardian que aprofunda um pouco mais o tema.
