Projecto dedicado às mulheres que viveram clandestinas durante a ditadura apresentado em Arruda dos Vinhos
A história do 25 de Abril é quase sempre contada por corajosos capitães, poetas e cantautores, revolucionários, intelectuais e dirigentes de partidos. Todos homens. De fora, ficam as mulheres que estiveram na linha da frente no combate ao regime, que também sofreram ameaças de prisão, tortura e morte, que renunciaram à família e até à própria identidade. Quem são estas mulheres? Onde viveram clandestinas? E qual foi, afinal, o seu papel na Revolução?
É este o ponto de partida do projecto multimédia “Às escondidas, elas também fizeram a Revolução”, da revista digital DIVERGENTE, que, primeira vez, mapeia as casas onde várias mulheres viveram clandestinas durante a ditadura e apresenta uma compilação de nomes e moradas que, até hoje, nunca tinha sido feita. A investigação também recupera o dia-a-dia de duas mulheres durante a clandestinidade, Luísa Tito de Morais e Maria Machado Pulquério.
“Às escondidas, elas também fizeram a Revolução” será apresentado no Centro Cultural do Morgado, em Arruda dos Vinhos, no dia 30 de Abril, às 15h30, com a presença de Luísa Tito de Morais e Maria Machado Pulquério e das jornalistas Rafaela Cortez e Luciana Maruta. A sessão decorre no âmbito do festival Políticas à P’Arte, promovido pelo Município de Arruda dos Vinhos. O vídeo-resumo do projecto encontra-se disponível aqui.
O trabalho “Às escondidas, elas também fizeram a Revolução” é complementado com testemunhos de outras mulheres que viveram clandestinas, documentos dos arquivos da PIDE/DGS, do Partido Comunista Português e arquivos pessoais. Este projecto, que inclui vídeo, áudio e elementos interactivos, dá visibilidade às contribuições das mulheres na luta contra o regime salazarista.
“Às escondidas, elas também fizeram a Revolução” é assinado pela jornalista Rafaela Cortez, com edição e coordenação de Diogo Cardoso, Luciana Maruta e Sofia da Palma Rodrigues. O design e desenvolvimento web são da responsabilidade de Miguel Feraso Cabral. As ilustrações são da autoria de Yuran Henrique e a animação de vídeo de Pedro Lopes.