Rui Eduardo Paes leciona curso dedicado à história da música experimental durante o mês de outubro

por Comunidade Cultura e Arte,    19 Setembro, 2022
Rui Eduardo Paes leciona curso dedicado à história da música experimental durante o mês de outubro
Rui Eduardo Paes / DR
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Rui Eduardo Paes foi editor da Jazz.pt, curador do ciclo Jazz no Parque da Fundação de Serralves e coprogramador do Queer Fest. Durante outubro, ocupa a sala de ensaios do TBA para lecionar um curso sobre a História da Música Experimental.

O que tem a música dita experimental, ou exploratória, de distinto relativamente a certas incursões no domínio da música contemporânea? O facto de ser criada, geralmente, fora do domínio conservatorial e erudito, na maior parte das vezes em corte epistemológico com a “tradição”, situando-se nas margens da música popular e por vezes até adotando aspetos desta. A sua história é de distanciamentos dos padrões instituídos, com ênfase na criação de algo de novo e inédito — mesmo quando em combinação de géneros e estilos correntes ou pegando em técnicas, processos e instrumentos convencionais, de alguma maneira torcendo, adaptando e levando os mesmos mais longe, desbravando caminhos que ou acabam por ser assimilados ou se singularizam nas suas autorias. Nas quatro sessões do Curso de História da Música Experimental, o ensaísta, jornalista, programador e crítico Rui Eduardo Paes visita e problematiza uma série diversa de casos de dissidência para com os padrões instituídos e de criação do que é diferente e esteticamente inconformado, sempre com exemplos concretos em áudio ou vídeo.

Programa
Sessão 1
-Antecedentes: Dada (poesia fonética, Kurt Schwitters) e Futurismo (arte do ruído, Luigi Russolo).
-Como se refletem/influenciam na/a música experimental de hoje.
-Descolando da música erudita 1: Indeterminismo (John Cage, Morton Feldman, Christian Wolff, David Tudor) e musique concrète (Pierre Schaeffer, Pierre Henry);
-Microtonais e inclassificáveis (Harry Partch, Moondog, Giacinto Scelsi, Ivan Wyschnegradsky)

Sessão 2
-Descolando da música erudita 2: Fluxus (George Maciunas, Dick Higgins, George Brecht, Alison Knowles, Yoko Ono);
-Música livre (AMM, Musica Elettronica Viva, New Phonic Art, Taj Mahal Travellers);
-Minimalismo (La Monte Young, Steve Reich, Terry Riley) e derivações (Phill Niblock, Glenn Branca, Rhys Chatham);
-Música experimental por computador (de Xenakis a Merzbow)

Sessão 3
-Descolando da música erudita 3: Canto (Cathy Berberian, Meredith Monk, Diamanda Galas, Fatima Miranda, Phil Minton, Jaap Blonk);
-Novos instrumentos (de Nicolas Collins e Ben Neil a Michel Waiswisz e Ellen Fulmann, com particularização do caso português de Rafael Toral);
-Música experimental em contextos intermedia ou com índole performativa (Mauricio Kagel): performance-arte, dança, teatro, etc.

Sessão 4
-Adoções: Rock experimental ou art rock (de DNA a Residents, e derivações) e jazz de vanguarda (de Anthony Braxton a Steve Coleman, e derivações);
-Música experimental e músicas estabelecidas de índole experimental. O que quer dizer, designadamente, a expressão “experimental”? O que é ainda experimental, num tempo em que parece que já tudo foi feito na música? Que antecipações é possível fazer quanto ao futuro, hoje?

Workshop
Sala de ensaios
Duração: 2h30 por sessão
Preço por sessão 10 eur
Passe 4 sessões 30 eur

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