Sam The Kid orienta residência artística em São Miguel que revela talentos açorianos

por Lusa,    19 Março, 2024
Sam The Kid orienta residência artística em São Miguel que revela talentos açorianos
Fotografia de Pedro B. Maia / CCA – 2019
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O ‘rapper’ e produtor musical Sam The Kid está a orientar uma residência artística de alunos da Escola de Música de Rabo de Peixe e intérpretes de ‘hip hop’ que revela “o talento que há nas várias ilhas” açorianas.

O projeto, integrado na 11.ª edição do Festival Tremor, que decorre entre hoje e sábado, na ilha de São Miguel, nos Açores, resultará numa performance que será apresentada quinta-feira, no porto de pescas de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande.

“Estou muito grato pelo convite e pela ideia do Festival Tremor, de ter tido a iniciativa de juntar dois universos que, aparentemente, às vezes, podem não ser tão óbvios de estarem unidos, mas o que nos une é a música. Acabamos por ter a mesma paixão em comum, mesmo que as linguagens possam ser ligeiramente diferentes”, disse Sam The Kid (nome artístico de Samuel Mira) à agência Lusa.

Participam no projeto mais de 20 estudantes da Escola de Música de Rabo de Peixe e 11 MC açorianos, de acordo com a organização do festival.

“Na parte do que toca aos ‘rappers’ e aos cantores, é um momento muito, muito importante de ser assistido, em que podemos ver o talento que há nas várias ilhas dos Açores. E em relação aos músicos, à banda, à orquestra, por assim dizer, é mais centrada em Rabo de Peixe, especificamente”, segundo o ‘rapper’ e produtor musical.

Na opinião de Sam The Kid, que falava à Lusa na segunda-feira à tarde, no final de um ensaio na Escola Básica e Integrada (EB1) de Rabo de Peixe, o espetáculo final “vai ser uma junção a não perder”: “Porque há aqui muito talento, tanto do nível dos artistas que têm as suas canções, como dos instrumentistas”.

O espetáculo inclui um momento final em que irá ser feita uma espécie de homenagem ao hino de Rabo de Peixe (“Não vou chorar”), em que participam todos os intervenientes, com o arranjo do professor da Escola de Música local, indicou.

Sobre o espetáculo final, Sam The Kid disse esperar que os artistas fiquem satisfeitos e que o público possa ficar a par de “alguns talentos que não conhecia”.

“Este é o tipo de espetáculo que é muito propício a este tipo de situação, porque há muitos artistas, aqui, que vão pisar pela primeira vez um palco. Vão dar a conhecer pela primeira vez a sua música, e é muito importante para esses artistas também saírem do palco e sentirem que correu bem”, declarou.

O intérprete Gonçalo Valério, que tem o nome artístico Valério, de 24 anos, que reside no concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, participa pela primeira vez numa residência artística e diz que a experiência é interessante, por juntar artistas da região e contar com a orientação de Sam The Kid.

Valério referiu que a iniciativa também pode ser importante para divulgar a cultura do ‘hip hop’ nos Açores, dado que no arquipélago “não é tão fomentada como em Portugal continental”.

Por sua vez, Joana Pacheco, de 26 anos, natural da Praia da Vitória, na ilha Terceira, e a estudar no Porto, está a participar no projeto cultural por representar “o concretizar de uma mão cheia de sonhos”.

“Para já, a oportunidade de aprender e de testemunhar como é que o Sam [The Kid] trabalha. A opinião é unânime, ele é o rei português [do ‘rap’], não há outro igual. E depois, juntando a isso, a oportunidade de cantar os meus originais em São Miguel, coisa que ainda não tinha feito”, justificou em declarações à Lusa.

A jovem acredita que nuca mais irá esquecer a experiência, por considerar que a enriquecerá muito em termos artísticos e pessoais.

A 11.ª edição do Festival Tremor inclui concertos, conversas, residências artísticas, caminhadas, exposições e laboratórios, entre outras iniciativas.

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