“To Kill a Mockingbird”, filme de Robert Mulligan, é exibido no cinema Nimas

por Comunidade Cultura e Arte,    15 Julho, 2020
“To Kill a Mockingbird”, filme de Robert Mulligan, é exibido no cinema Nimas
“To Kill a Mockingbird” / Universal International Pictures
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O filme é exibido no âmbito do ciclo “A Propósito do Racismo e da Escravatura”.

No próximo sábado, 18 de Julho, às 21h30, será exibido no cinema Medeia Nimas, com apresentação do crítico e professor de cinema João Lopes, o filme “To Kill a Mockingbird”, de Robert Mulligan (1962; Na Sombra e no Silêncio, é o título português), adaptação do livro homónimo de Harper Lee (a última edição portuguesa do livro, disponível no mercado, foi publicada pela Relógio d’Água, com o título Mataram a Cotovia).

Com Gregory Peck em estado de graça (com este filme conquistou o Óscar de Melhor Actor ― uma petite histoire: a escritora Harper Lee ficou de tal modo arrebatada pela sua interpretação que fez questão de lhe oferecer como agradecimento o relógio de bolso em ouro que pertencera ao seu avô. Curiosamente, Peck fora uma segunda escolha; o papel do advogado Atticus Finch só não foi interpretado por Rock Hudson devido a um atraso na agenda deste), a acção do filme decorre nos anos 30 da Grande Depressão, no Alabama.


Finch (que enviuvara e vive com os seus filhos, ainda crianças, Scout, a irónica e rebelde protagonista, e Jem, o irmão mais velho) é o advogado de defesa de Tom Robinson, um dos habitantes afro-americanos da cidade de Maycomb, vítima da falsa acusação de violação de uma mulher branca, e tenta resistir à intimidação dos que querem tratar o caso de forma cega e pelas próprias mãos, através do linchamento, falando-lhes como se fossem capazes de entender as suas ideias, procurando que eles reflictam em vez de se deixarem arrastar pela ignorância e pelo preconceito.

O filme, produzido por A. J. Pakula, está quase a fazer 60 anos, o livro celebra-os este ano, melhor, esta semana, já que o seu lançamento ocorreu a 11 de Julho de 1960; no ano seguinte venceria o Pulitzer.

Esta adaptação de Horton Foote (Óscar Melhor Argumento Adaptado) do célebre romance de Harper Lee (o livro já vendeu mais de 30 milhões de exemplares só nos EUA e foi traduzido para mais de 40 idiomas) é um dos mais sensíveis retratos sobre o racismo e a intolerância na vida de uma comunidade rural do sul dos EUA na década de 30.

Em 1964, Martin Luther King Jr, escrevia a propósito do filme de Mulligan e do livro de Lee em Why We Can’t Wait: “Yet there is something in the American ethos that responds to the strength of moral force. I am reminded of the popular and widely respected novel and film To Kill a Mockingbird. Atticus Finch, a white southern lawyer, confronts a group of his neighbors who have become a lynch-crazy mob, seeking the life of his Negro client. Finch, armed with nothing more lethal than a lawbook, disperses the mob with the force of his moral courage, aided by his small daughter, who, innocently calling the would-be lynchers by name, reminds them that they are individual men, not a pack of beasts.”

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