Há duas novas exposições no MAAT
O olhar de mais de 40 artistas numa grande exposição sobre as transformações climáticas que afetam o nosso planeta. A partir de 11 de abril no MAAT.
Eco-Visionários: Arte, Arquitetura após o Antropoceno mostra as visões críticas e criativas de mais de 35 artistas, arquitetos e designers face às transformações ambientais que afetam o planeta.
Os acontecimentos meteorológicos extremos que todos temos vindo a assistir, o aquecimento global, as crises ambientais provocadas pelo esgotamento de recursos, o uso exagerado dos combustíveis fósseis, o consumo excessivo e de massas, entre outros, são fenómenos que pertencem a uma nova era à qual começamos a chamar Antropoceno, a designação recente de um novo período geológico definido pelo impacto das ações humanas.
Eco-Visionários lança o debate sobre um vasto panorama de questões associadas ao Antropoceno e é um palco onde os artistas apelam à sensibilidade para o impacto destas ações humanas e das suas consequências catastróficas, apresentando novas soluções e antecipando visões de futuro.
A exposição está dividida em quatro secções: Desastre, Coexistência, Extinção e Adaptação. A secção Desastre traça um retrato dramático da situação atual do planeta e apela a uma consciência ecológica urgente, consequência do inconsciente ecológico (intimamente ligado à evolução tecnológica) que é visível a todos. Coexistência mostra as consequências globais, e alguns exemplos de ‘causas-efeito’ em diferentes localizações geográficas. Os artistas e arquitetos contemporâneos desta secção sensibilizam para um novo olhar sobre o planeta, como uma rede relacional de solidariedade de diferentes locais e espécies a nível global, que respeitará a coexistência geográfica e a estética da natureza e o seu equilíbrio.
Na mais polémica das secções, Extinção, expõem-se as consequências dramáticas do aquecimento global nos ecossistemas, sugerindo que algumas espécies vão ser extintas, tal e qual como aconteceu há 65 mil milhões de anos com a extinção dos dinossauros e outras espécies. Assistiríamos então à 6.ª extinção. A possibilidade do próprio ser humano não estar biologicamente preparado para a subida das temperaturas e para o crescente aquecimento global seria uma das premissas para a sua extinção no planeta Terra. Que novas espécies assumem então o protagonismo do Planeta?
Adaptação, a última secção da exposição, traz uma mensagem de esperança. Um sentimento de que o ser humano, a par de tanta destruição, também ele será capaz de reverter a situação e encontrar novas formas de vivência, novas estruturas sociais que respeitem a dependência entre humanos, não humanos e o próprio planeta.
Com contributos de mais de 35 artistas e arquitetos, a exposição em Lisboa é a primeira e mais abrangente das quatro mostras que surgirão em paralelo em Portugal, Espanha, Suíça e Suécia, naquela que é a primeira colaboração do MAAT com vários museus europeus.
Debate Internacional eco-visionários | 11 de abril | 6€
Com Franco Bifo Berardi, Irene Campolmi e os artistas Ornaghi & Prestinari e Ursula Biemann com Moderação de Mariana Pestana
No âmbito da nova exposição Eco-Visionários: Arte e Arquitetura após o Antropoceno o MAAT apresenta um debate internacional, moderado pela arquiteta e curadora Mariana Pestana, que propõe discutir as alterações ambientais que afetam o nosso planeta na atualidade e as visões críticas e criativas que advêm dessas mesmas transformações.
Pensadores como Franco “Bifo” Berardi e Irene Campolmi e artistas como Ornaghi & Prestinari and Ursula Biemann juntam-se para discutir as suas ideias sobre o Antropoceno e para propor novas formas de pensar no mundo, num momento em que este atravessa uma profunda mutação ecológica.
Aumentar os níveis de felicidade na nova exposição do MAAT! Stefan Sagmeister apresenta, pela primeira vez em Portugal, The Happy Show.
Stefan Sagmeister é um dos mais aplaudidos designers internacionais e uma influência incontornável na cultura do design ao longo da última década. O que é a felicidade? Como a encontrar? E o que fazemos realmente para ser felizes? The Happy Show, um dos seus projetos mais icónicos, resulta de uma intensa pesquisa de mais de dez anos sobre o conceito de felicidade.
Através de vídeo, infografias, esculturas e instalações interativas, bem como de humor, provocação e interação, a exposição leva-nos numa viagem pela mente de Sagmeister e pelas suas visões inovadoras, aparentemente simples, sobre como sermos mais felizes.
Apela a uma atitude mais participativa na busca dessa felicidade – afirmando inclusivamente que esta se treina, tal como treinamos o nosso corpo. Sagmeister utiliza um design gráfico extremamente emocional para se ligar às pessoas, testando a fronteira entre o design e a arte, ou a ciência e a cultura do dia a dia, chegando a transgredir todas as barreiras entre estes conceitos.
A par da narrativa pessoal, Sagmeister apresenta os dados sociais dos psicólogos Daniel Gilbert, Steven Pinker e Jonathan Haidt, do antropólogo Donald Symons e de vários historiadores conhecidos, para contextualizar as suas experiências com a mente e a tipografia. Além disso, são apresentados em estreia os primeiros 12 minutos do documentário de longa metragem de Sagmeister intitulado Having Guts. O filme, entretanto, finalizado, documenta a sua experiência ao longo de três meses, durante os quais experimentou meditação, terapia cognitiva e fármacos indutores de alterações de humor.
The Happy Show oferece aos visitantes a possibilidade de acompanhar a experiência de Sagmeister em busca da felicidade, treinando a mente tal como se treina o corpo.
Entre os seus trabalhos mais conhecidos, destacam-se as capas de discos dos Talking Heads, Lou Reed, OK Go e The Rolling Stones, bem como as inovadoras campanhas publicitárias que entraram no imaginário do público, como a da Levi’s.
The Happy Show foi organizada pelo Instituto de Arte Contemporânea da Universidade da Pensilvânia e tem curadoria de Claudia Gould, Diretora Helen Goldsmith Menschel do The Jewish Museum, Nova Iorque.