“Aprende a ouvir, companheiro”: encontros de escuta das canções da revolução em formato vinil até 23 de Maio

por Comunidade Cultura e Arte,    4 Abril, 2024
“Aprende a ouvir, companheiro”: encontros de escuta das canções da revolução em formato vinil até 23 de Maio
Luís Freitas Branco / DR
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A entrada é gratuita mediante a lotação.

A Antena 1, a editora Livros Zigurate, e Luís de Freitas Branco, autor de “A Revolução Antes da Revolução – O ano que mudou a música popular portuguesa” (ler entrevista), celebram os 50 anos do 25 de Abril com vários encontros de escuta de música e conversa com músicos da nova geração e os protagonistas por detrás de álbuns, canções e eventos emblemáticos.

Criei o conceito de “Aprende a ouvir, companheiro” para recriar algo que a minha geração nunca teve: um grupo de amigos reunidos em volta de um gira-discos, a refletir e a conversar sobre música. Neste caso particular, sobre a música que contribuiu para o 25 de Abril, com evos evidentes no tempo presente.“, revelou Luís de Freitas Branco.

Até 23 de maio, “Aprende a ouvir, companheiro” é o regresso dos encontros de escuta de canções para celebrar a música popular portuguesa que antecipou a Revolução dos Cravos. Encontros de escuta de canções e discos são uma prática cultural em vias de extinção. Contudo, antes da democratização do acesso à música, as sessões de escuta eram uma atividade corriqueira, em centros culturais, bares, lojas de discos, ou no caso de certas canções subversivas, em reuniões clandestinas.

Ao longo da audição das canções selecionadas, em formato vinil, os protagonistas são convidados a intervir. “Aprende a ouvir, companheiro” é um desafio para, todas as semanas, reencontrarmo-nos em volta de um gira-discos e debater os álbuns e as canções que contribuíram para o derrube da ditadura.“, pode ler-se num comunicado da editora Zigurate.

Programação dos encontros:

“Movimento Perpétuo” de Carlos Paredes.
Convidados: A guitarrista Luísa Amaro; o ex-editor da Valentim de Carvalho, David Ferreira; e o músico Tó Trips, ex-Dead Combo, a banda que entrou pela primeira vez em estúdio para homenagear Carlos Paredes em “Movimentos Perpétuos”.
Data: 11 de abril, 19h.
Local: Auditório PLMJ (Av. Fontes Pereira de Melo 43, Lisboa).

“Angola 72” de Bonga e “Blackground” de Duo Ouro Negro. Convidados: Bonga, percussionista de “Blackground” e o protagonista do clássico intemporal “Angola 72”. Mais dois convidados a anunciar em breve.
Data: 18 de abril, 19h.
Local: Liceu Luís de Freitas Branco, Oeiras (Rua Carlos Vieira Ramos, Paço de Arcos).

Jazz de Cascais: Miles Davis e a descoberta de um jazz português.
Convidados: Rão Kyao, saxofonista dos The Bridge em 1971, que sobe ao palco após o manifesto de Charlie Haden dedicada aos movimentos de libertação africanos que resultou na sua prisão; João Braga, fadista e organizador do festival; e Maria João, a cantora que assistiu pela primeira vez a um concerto neste Jazz de Cascais.
Data: 2 de maio, 19h.
Local: Auditório PLMJ (Av. Fontes Pereira de Melo 43, Lisboa).

Festival Vilar de Mouros: a revolução de agosto com abril à espreita. Convidados: Jorge Palma José Cid, dois músicos que subiram ao palco do Vilar de Mouros de 71, um festival de música no meio de uma ditadura, no meio do nada, orquestrado pelo Dr. António Barge, um ginecologista obstetra; e Tomás Wallenstein, um herdeiro do rock português, que conhece o palco da aldeia minhota enquanto vocalista dos Capitão Fausto.
Data: 8 de maio, 19h.
Local: Liceu Camões (Praça José Fontana, Lisboa).

“Cantigas do Maio” de José Afonso.
Convidados: Francisco Fanhais, Presidente da Associação José Afonso e o único músico vivo que participou na gravação de “Cantigas do Maio”; Ana Bacalhau Cristina Branco, cantoras e compositoras influenciadas pelo legado do Zeca, com a Cristina Branco a recuperar recentemente as suas versões de José Afonso.
Data: 16 de maio, 19h.
Local: Casa da Cultura, Setúbal (Rua Detrás da Guarda 28, Setúbal).

O Festival da Canção Revolucionária.
Convidados: O painel de ‘Quis Saber Quem Sou’, o programa da Antena 1 sobre a história social e cultural do Festival da Canção, ou seja, Nuno Galopim, Diretor da Antena 1 e um dos responsáveis pela organização do Festival da Canção; João Carlos Callixto, coautor de “Portugal 12 pts – Festival da Canção”; e Sofia Vieira Lopes, a musicóloga que estudou os 60 anos do Festival da Canção. E um convidado surpresa, a anunciar em breve.
Data: 23 de maio, 19h.
Local: Liceu Camões (Praça José Fontana, Lisboa).

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