“Tilt, o acontecer da poesia”. Ana Freitas Reis, André Tecedeiro, Maria do Rosário Pedreira e Nuno Júdice juntos em curta documental 
Depois da ante-estreia na primeira edição do “não-festival” Camp, a curta documental “Tilt, o acontecer da poesia” vai ter estreia em Lisboa, no dia 16 de Novembro, às 18h30, na Brotéria.
Este documentário, que é uma ideia da produtora Teresa Júdice da Costa e que tem realização de Rita Féria, conta com a participação de quatro nomes da poesia portuguesa: Ana Freitas Reis, André Tecedeiro, Maria do Rosário Pedreira e Nuno Júdice e que estarão presentes na estreia do filme.
“As conversas foram acontecendo numa intimidade comovente e emocionante, e sem darmos conta do tempo, eis que tudo culminou num poema inédito de Nuno Júdice.”
Teresa Júdice da Costa
Partindo da ideia de “tilt” — a propensão ou impulso interior que nos cativa numa fotografia — do pensador Roland Barthes, o conceito é adaptado para o impulso poético, deixando respostas para as perguntas: o que despoleta a palavra e determinada palavra? O que se faz e como cada poeta lida com o impulso criativo? Qual o papel da poesia e o efeito “tilt” em quem lê.
De forma intimista, Rita e Teresa conversam e registam a maneira como os poetas e poetisas vivem a “tensão criativa” que acaba por manifestar-se num poema. É um trabalho inédito que nos faz entrar pelas casas dos poetas adentro para observarmos e nos emocionarmos — e até mesmo aprendermos — com a intimidade da criação poética de quatro nomes da poesia portuguesa de hoje.
Segundo Teresa Júdice da Costa, “embora não nos conhecessem e apesar de sermos intrusas no tema da criação e nas suas casas, cada autor acolheu-nos como “visitas do costume” do seu espaço — talvez também porque em cada um haja um activista da literatura e da cultura. É importante consumirmos mais cultura, é preciso falar-se mais de poesia, dos autores e das suas obras, também de uma forma próxima e empática, para que possa ser transversal em termos de audiência, como acreditamos que este documentário o é”, refere a produtora.
Já a realizadora Rita Féria acrescenta que “registar com as câmaras e orientar a narrativa visual acabou por ser bastante orgânico. Os livros guiaram o nosso olhar, as fotografias nas estantes e os quadros nas paredes remetiam-nos para ligações familiares ou de amizade, e o sol iluminava cada casa com um tom diferente. Foi também o “tom” de cada poeta e poetisa que tentámos captar com as nossas câmaras, assume a cineasta.