89 anos de Jean-Luc Godard
O realizador Jean-Luc Godard, um dos criadores há meio século do movimento cinematográfico francês conhecido como a Nouvelle Vague, comemora hoje 89 anos.
Godard “esconde-se” da realidade já faz uns anos, no entanto nunca parou de trabalhar e a sua obra reaparece com frequência no primeiro plano do cinema mundial. Quem vê os seus filmes, como o “Adieu au langage“, reconhece que o realizador por muito “escondido” que esteja reaparece sempre com um olhar atento e perspicaz da realidade comum a qualquer um de nós. Os seus filmes dificilmente deixam de estar presentes no dia-a-dia de quem o vai ver a uma sala de cinema e cada obra da sua autoria é um enorme círculo fechado de inúmeras perguntas e respostas.
Em 2011, Hollywood homenageou Jean-Luc Godard dando-lhe o Óscar de honra pelo conjunto da sua carreira, marcada por filmes como ”À bout de souffle“, com Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo, ”Le mépris“, com Brigitte Bardot, ou ”Alphaville“, com sua ex-companheira Anna Karina.
Godard começou como crítico da lendária revista ”Cahiers du cinéma“, com outras grandes figuras da Nouvelle Vague, François Truffaut e Claude Chabrol.
Durante os anos 50 reinava ”um extraordinário amor pelos filmes e um espírito de rebelião contra a impressão de conformismo que deixava no cinema francês“, disse em 2010 um dos ex-diretores da revista, Jean-Michel Frodon.
Depois de passar para trás das câmaras, Godard reinventou uma linguagem do cinema que inspira cineastas tão diferentes, como David Lynch, Pedro Almodóvar, Quentin Tarantino, Gus van Sant ou Mathieu Amalric.
Jean-Luc Godard, que adquiriu a nacionalidade suíça aos 21 anos, afirma que decidiu instalar-se na cidade de Rolle há cerca de 35 anos com a sua companheira Anne-Marie Miéville, porque é um lugar “qualquer”.
“As pessoas deixam-no tranquilo. Ele tem os seus hábitos, passeia com o seu cão (que aparece no filme ”Adieu au langage“), vai ao café na rua principal, compra o seu jornal, os seus cigarros. É alguém muito simples”, disse Jean-Michel Frodon.