Entrevista. Afonso Reis Cabral: “É muito difícil chamar a atenção das pessoas para um livro”
O Ponto Final, Parágrafo é um programa da ESCS FM, rádio da Escola Superior de Comunicação Social, feito em parceria com a Comunidade Cultura e Arte, da autoria de Magda Cruz, aluna de Jornalismo.
Desde cedo que Afonso Reis Cabral convive com a literatura. Aos 24 anos, sagra-se o vencedor mais jovem do Prémio LeYa. Com 29, torna-se o segundo autor mais novo a vencer um dos mais importantes prémios de literatura lusófona: o Prémio José Saramago. Em entrevista ao podcast Ponto Final, Parágrafo, fala dos livros que o marcaram e do que pode saltar do seu caderno de apontamentos para as livrarias.
Aos nove anos, Afonso Reis Cabral começa a escrever os primeiros versos. Aos quinze, o relógio dizia que era tempo de publicar um livro e nasce “Condensação”, uma antologia poética. Em jovem adolescente, Afonso achava que já vinha tarde na escrita: “Sentia como uma vocação e, sem querer parecer pretensioso, como uma predestinação”, conta no podcast.
Nesta altura, a literatura era algo de misterioso que fazia parte de Afonso. Nos anos seguintes, a casa onde Afonso vem a habitar passa a ser em Lisboa. As leituras feitas na universidade incluíam a obra do trisavô, Eça de Queirós.
Dando um grande salto no tempo, vimos parar a 2014, quando Afonso vence o Prémio LeYa, com o romance “O Meu Irmão”. Mais prémios viriam e chegados a 2019, recebe das mãos de Pilar del Río o Prémio José Saramago pelo seu segundo romance, “Pão de Açúcar”, publicado no final do ano passado. Recebe esta distinção com 24 anos – a média de idades é de 33.
A criança que Afonso foi não conseguiria adivinhar como tudo se desenrolaria. Este ano, publicou o seu mais recente livro, “Leva-me contigo”. O livro editado pela Dom Quixote é o relato da jornada de Afonso pela Estrada Nacional 2. De Chaves a Faro caminhou 738,5 quilómetros com chuva nos sapatos, sol tórrido na nuca e muita solidariedade de desconhecidos – a quem agradece no livro.
Para o 16.º episódio do Ponto Final, Parágrafo Afonso fala de três livros: As Oito Montanhas, do italiano Paolo Cognetti; Carne da minha carne, da norte-americana Helen Grace Carlisle; e Cosmos, do astrónomo Carl Sagan.
Há tempo para falar dos livros do autor – os do passado e presente – e abrir um pouco as portas do futuro.
Dias depois da gravação do podcast, o Ministério da Cultura divulgou que Afonso Reis Cabral foi um dos escritores a receber uma bolsa para criação literária. Promovida pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, a bolsa tem a duração de um ano.
Este é o primeiro episódio da segunda temporada. Tens toda uma primeira temporada para pôr em dia. Se subscreveres, passas a receber uma notificação sempre que houver um novo episódio, na tua plataforma favorita.