Vem aí a ‘Granta em Língua Portuguesa’, com publicação simultânea em Portugal e no Brasil

por Comunidade Cultura e Arte,    7 Maio, 2018
Vem aí a ‘Granta em Língua Portuguesa’, com publicação simultânea em Portugal e no Brasil

A primeira Granta de 2018 inicia um novo projecto: a “Granta em Língua Portuguesa”, com publicação simultânea em Portugal e no Brasil.

Alargar uma revista literária ao espaço lusófono significa aceder a um imenso manancial de novos autores, desencadeando uma troca intercontinental. Foi por isso que escolhemos desta vez o tema “Fronteiras” – a ideia é questioná-las e esbatê-las.

Quanto à estrutura da revista esta mantem-se: textos inéditos em português, selecção de textos do arquivo histórico da “Granta” inglesa; ensaios fotográficos ou ilustrações originais.
As novidades, contudo, não se ficam por aqui: Daniel Blaufuks, um dos maiores artistas visuais portugueses, assume agora a direcção de imagem da revista, sendo da sua responsabilidade a escolha dos fotógrafos e ilustradores para cada novo número.

Nesta edição, com 224 páginas, vais poder encontrar textos de José Eduardo Agualusa, Francisco Bosco, Emma Cline, Julián Fuks, Hang Kang, Adriana Lisboa, Patrick Marnham, Peter Pomerantsev, Valério Romão, Keane Shum e Teresa Veiga, ensaios fotográficos de Marcos Chaves e Rita Lino e ilustrações de João Fonte Santa. Já a capa da própria revista ficou a cargo de André Carrilho.

Carlos Vaz Marques

“Imaginando que podíamos engolir o Atlântico, quem desejaria realmente fazê-lo desaparecer? Deixemo-lo separar-nos, talvez seja assim que mais intensamente nos une. A primeira tendência do cosmopolita é rejeitar as fronteiras. Ler é, por definição, um acto de cosmopolitismo. Eis um dos paradoxos admiráveis da literatura: sou mais eu sendo outro. É nesse espírito paradoxal que inauguramos esta nova etapa da “Granta”, num equilíbrio poético em que aquilo que nos une por vezes nos separa, e aquilo que nos separa também nos une. A primeira “Granta” transatlântica é a constatação de uma distância e um desejo de aproximação, em que os textos que lhe dão corpo percorrem os múltiplos matizes do idioma. Vivemos num mundo repleto de fronteiras. Aquelas que vemos e as invisíveis. Na “Granta em Língua Portuguesa” aproxima-nos e diferencia-nos a língua – simultaneamente a mesma e outra, consoante o lugar de origem. Em português nos des/entendemos.”, escreve o director da revista Carlos Vaz Marques.

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