Diogo Faro: “Gostava de refletir sobre a sociedade e o mundo e tentar passar isso com alguma graça para um livro”

por Magda Cruz,    13 Fevereiro, 2020
Diogo Faro: “Gostava de refletir sobre a sociedade e o mundo e tentar passar isso com alguma graça para um livro”
Fotografia: Daniela Moreira/ESCS FM
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O Ponto Final, Parágrafo é um programa da ESCS FM, rádio da Escola Superior de Comunicação Social, feito em parceria com a Comunidade Cultura e Arte, da autoria de Magda Cruz, aluna de Jornalismo.

Ainda trabalhava à volta da Publicidade e Marketing quando criou a página Sensivelmente Idiota, um espaço com o seu humor. Isso foi há sete anos. Muito antes disso, Diogo Faro já era amante de livros. Agora, aos 33 anos, em entrevista ao podcast Ponto Final, Parágrafo, divulga que terá um novo livro, traz uma mão cheia de livros que o marcaram e fala de temas fraturantes, como a morte, o racismo e as drogas.

Desde muito novo que lia todas as noites, incutido pelo avô e pelos pais. Mesmo com as distrações do dia, tem quase sempre um livro consigo para aproveitar todos os bocadinhos. Neste episódio chega a descrever a arte de ler em andamento.

Diogo Faro, já autor de três livros, revela que já está a escrever um novo livro. Tendo aceitado o convite da editora Objetiva, da Penguin Random House, (da qual já era fã), o humorista diz que ainda não tem um formato definido para as reflexões, mas já está focado em ter o melhor livro possível: “Pode haver crónicas, ensaios mais longos, textos com dois parágrafos.” Neste estilo livro de novas crónicas, Diogo Faro diz que o livro terá a sua visão do mundo e da sociedade, atual e dos próximos anos, com humor, “mas não me sinto obrigado a que as crónicas sejam sempre humorísticas”, clarifica.

Para rematar, o humorista confidencia que chegou a uma altura profissional e pessoal em que pode escrever um livro destes: “Estou bastante entusiasmado. Não será nenhum Nobel, mas vou me esforçar para que seja um livro bom, que as pessoas gostem de ler.” Faro conclui: “Vai ser o quarto e quero que seja o melhor.”

Fotografia: Daniela Moreira/ESCS FM

Com a alcunha “Sensivelmente Idiota”, Diogo Faro está ciente de que não consegue agradar a todos. Não há um botão que se ligue para fazer piadas, por isso seja nos espetáculos de humor, nas redes sociais ou no dia-a-dia, procura passar os valores humanos “inabaláveis” que defende. Sobre isto diz: “É preciso combater o ódio com amor e humor.”

Está sempre a trabalhar e até põe a hipótese de poder ser visto como agitador. Há quase um ano que procura banir o machismo, a homofobia e o assédio sexual das vidas portuguesas – através do movimento “Não é normal”, e claro, do humor. É com a sua voz, vídeos, espetáculos de comédia, textos e livros que chega às pessoas. “Gosto de usar a arte para promover coisas que acho úteis para a sociedade.” É neste caminho que se torna menos idiota.

Fotografia: Daniela Moreira/ESCS FM

O público português já está habituado à maneira como Diogo se desdobra: colabora em jornais, aderiu à febre do podcast – com o Traz Cerveja -, faz televisão, e também escreve livros. Para o autor do livro de crónicas “Somos Todos Idiotas”, “Na Boa! – O segredo português para a felicidade” e “Também Tive um Pega Monstro” (este último para os Revenge of the 90’s), a leitura faz-se por gosto e por uma necessidade de se manter informado: “Tento ler o máximo possível porque gosto muito de escrever e o meu trabalho depende muito da escrita.”

Mesmo sabendo que é um lugar comum, o humorista diz que é impossível escrever bem sem ler muito mais do que se escreve. Tudo isto, para além do gosto: “Tenho gosto na literatura, em livros bem escritos e em saber cada vez mais porque sou uma pessoa informada e gosto de pensar sobre os assuntos.”

Fotografia: Daniela Moreira/ESCS FM

É nesta linha que traz os livros “De olhos Fixos no Sol”, do psicoterapeuta Irvin D. Yalom – sobre a ansiedade de morrer e como vencer o medo da morte, um dos livros favoritos de Diogo Faro; “O Racismo no País dos Brancos Costumes”, da jornalista portuguesa Joana Gorjão Henriques – que traz à luz problemas como a escravatura e o racismo; “Chasing The Scream”, de Johann Hari – que dá conta da história do impacto da criminalização da droga; e, por fim, “Born A Crime”, de Trevor Noah – uma autobiografia do comediante norte-americano.

Neste episódio do podcast Ponto Final, Parágrafo está tudo ao detalhe. Pequena nota: o humorista está, atualmente e durante os próximos meses, a levar ao país o seu solo de stand-up comedy, “Lugar Estranho”.

Este é o vigésimo episódio do Ponto Final, Parágrafo. Tens mais 19 episódios para pôr em dia. Se subscreveres, passas a receber uma notificação sempre que houver um novo episódio, na tua plataforma favorita.

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