16 livros para ler nos próximos meses

por Comunidade Cultura e Arte,    6 Agosto, 2021
16 livros para ler nos próximos meses
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Este ano, o Verão demorou a chegar, mas, agora que parece finalmente ter vindo para ficar, não podíamos deixar de vos recomendar umas quantas obras capazes de entreter os serões passados tanto ao abrigo do sol torrido, como debaixo da sua massa de ar quente.

Personalia“, livro de José Pacheco Pereira

Uma antologia “Fora da caixa”: temas e inquietações caros a Pacheco Pereira, da política à arte, da história à literatura.

Os textos reunidos neste volume dividem‑se em duas partes:
Em «Poeiras», um singular calendário transporta‑nos vertiginosamente no tempo, revelando o que fizeram, onde estavam, em que pensavam personagens tão díspares como Samuel Pepys — cujo diário regista o quotidiano na capital britânica do século XVII — Virgina Woolf, Albert Camus, Franz Kafka e outros escritores que deixaram notas diarísticas inestimáveis, os generais Lee e Grant no final da guerra civil americana, entre dezenas de outras.
Nos «Textos» da segunda parte, reúnem‑se ensaios sobre temas de especial valor intelectual e pessoal para José Pacheco Pereira, aos quais tem dedicado reflexão. É assim que revisitamos figuras centrais da democratização de Portugal, autores clássicos mas também muitos «livros de quadradinhos» acarinhados pelo autor, ou ainda os contextos de formação cultural desde a sua infância até aos tempos digitais em que hoje vivemos.

Capa do livro

A Liberdade é Uma Luta Constante“, livro de Angela Davis

Nesta selecção de ensaios, entrevistas e discursos, a célebre activista e académica Angela Davis lança uma nova luz sobre as lutas contra a violência de Estado e a opressão em vários pontos do mundo – da Palestina à África do Sul –, desmontando as estruturas do sistema capitalista (patriarcado, supremacia branca, políticas imperiais) que apenas sobrevivem perpetuando conflitos. Reflexão sobre os combates históricos do movimento negro nos Estados Unidos, o lugar central do feminismo na desconstrução das relações de poder e a abolição do sistema prisional industrial, A Liberdade é Uma Luta Constante (2015) obriga-nos a olhar para lá do nosso quintal, para os «reservatórios de esperança e optimismo» que encontramos nas colectividades resistentes. Quando dar tréguas à injustiça é multiplicar formas de submissão, Angela Davis desafia-nos a dar o exemplo, fazendo a nossa parte por um movimento global de libertação humana.

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O País dos Outros“, livro de Leila Slimani

Da aclamada autora franco marroquina Leïla Slimani, uma atmosférica e inquietante saga familiar que põe em relevo uma mulher enredada entre duas culturas, dividida entre a dedicação à família e o amor à liberdade com que cresceu. Em 1944, Mathilde , uma jovem alsaciana, apaixona-se por Amine, um oficial marroquino que combate no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra, o casal muda-se para Marrocos e instala-se perto de Meknés. Amine dedica-se a recuperar a quinta herdada do pai, tentando arrancar frutos de uma terra pedregosa e estéril. Enquanto isso, Mathilde começa a sentir o jugo dos costumes conservadores do novo país, tão sufocante quanto o seu clima. Nem a maternidade apaga a solidão que sente no campo, longe de tudo, num lugar que não é o seu e a verá sempre como estrangeira.

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O Apoio Mútuo“, livro de Piotr Kropotkine

Obra marcante do célebre anarquista russo, O Apoio Mútuo (1902) é um dos primeiros estudos sistemáticos de inteiras comunidades humanas e animais. 

Respondendo aos defensores do darwinismo social – para quem o progresso resulta da feroz competição entre indivíduos e da sobrevivência dos mais aptos -, Kropotkine propõe, baseado em registos históricos e detalhadas observações, que a cooperação é o verdadeiro factor da evolução. ao mostrar que as pessoas tendem espontaneamente para a ajuda mútua, e que é o Estado, com a sua ânsia de regular colectividades e defender privilégios privados, que corrompe esta inclinação natural, Kropotkine constrói a defesa do anarquismo e apresenta uma base científica para a organização da vida em sociedade.

Texto essencial para compreender os fundamentos anarquistas, combinando a erudição de um cientista experiente e o discurso poderoso de um libertário, não só conserva a sua actualidade, como encerra a clarividência e o optimismo de que precisamos nos nossos dias.

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Futebol e Fascismo“, livro de Cristóbal Villalobos Salas

O futebol é um jogo, uma paixão, uma forma de integração social, um negócio; e, portanto, uma ferramenta eficaz para o controlo sobre as massas. Graças à sua capacidade incomparável de criar mitos, a modalidade tem sido explorada desde o início como uma arma de propaganda ideológica e, mais recentemente, comercial. 

Os primeiros a perceber o seu imenso poder foram os regimes totalitários do século XX, que, na sua ânsia de permear todas as camadas da sociedade, usaram esse desporto popular como um rudimentar, mas poderoso, instrumento de marketing político.

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O Direito à Preguiça“, livro de Paul Lafargue

O Direito à Preguiça é um ensaio escrito pelo revolucionário francês Paul Lafargue em 1880 e que entra em choque com as ideias de direito ao trabalho tão em voga no seu tempo, tanto por parte de liberais como de conservadores e até socialistas.

De forma ainda hoje polémica, Lafargue critica essas ideias como escravizadoras da existência humana ao reduzirem o objectivo principal da vida dos povos e defende que o progresso da humanidade se verifica mais amplamente quando à preguiça as civilizações juntaram a criatividade.

E assim, podemos ver a Grécia Antiga, e os seus filósofos, que no seu momento áureo só mostrava desprezo pelo trabalho, sendo este reservado para os escravos. Os homens livres cultivavam a mente e o corpo.

O Direito à Preguiça foi uma obra polémica quando da sua publicação e continua hoje a sê-lo. Contudo, os seus ensinamentos, com uma boa dose de equilíbrio, continuam a ser válidos para o bem-estar de todos aqueles que levam uma vida produtiva.

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O Ser e o Nada“, livro de Jean-Paul Sartre

Escrito durante a ocupação nazi, é um dos textos fundamentais do século XX. O livro que marcou como nenhum outro uma época a braços com o desmoronamento de uma civilização é, ao mesmo tempo, a bíblia do existencialismo, o último grande sistema filosófico. Para Sartre, o sentido das nossas vidas não é predeterminado nem por Deus nem pela natureza. Não há nenhuma essência que preceda a existência: o que nos define não é dado a priori, mas decorre das escolhas que fizermos. Primeiro existimos, e só depois nos definimos. Não existe natureza humana à qual tenhamos irresistivelmente de obedecer: estamos condenados a ser livres e somos os únicos responsáveis pelos nossos destinos. Profundamente marcada pela fenomenologia de Husserl e a ontologia de Heidegger, «O Ser e o Nada» desenvolve um prodigioso e completo sistema de compreensão do mundo através da análise da condição humana. Este indisputável clássico do século XX estará disponível em edição de capa dura a partir de 29 de agosto e será um dos acontecimentos editoriais do ano.

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Coisas de Loucos“, livro de Catarina Gomes

Um livro que resgata do esquecimento a vida dos doentes de um hospital psiquiátrico abandonado.

Coisas de Loucos teve origem na descoberta acidental de uma caixa de cartão empoeirada, cheia de objectos de antigos doentes do primeiro hospital psiquiátrico português, o Miguel Bombarda.

Catarina Gomes inicia então uma série de investigações para descobrir que vidas tiveram os donos desses objectos esquecidos no sótão do antigo «Rilhafoles». Nascidos entre o final do século XIX e o começo do século XX, estes «loucos» viram‑se subitamente isolados do mundo, numa época em que os psicofármacos estavam fora do horizonte e o fechamento dos doentes mentais era quase a única solução.

Mas antes de serem forçadas ao confinamento estas pessoas tiveram família, amores, trabalho, tiveram planos de futuro. São algumas destas vidas que Catarina Gomes aqui resgata do esquecimento.

«Catarina nunca se sobrepõe às pessoas de quem fala, não se precipita, não escreve com ideias feitas sobre um dado tema. Os loucos do seu livro são pessoas de carne e osso, e Catarina não os trata nem como fantasmas nem como semblantes desfocados em daguerreótipos. Catarina Gomes recusa a condescendência, não escreve como quem desvenda, como quem está segura, como quem tem saúde. Fala dos outros como quem desce uma escada íngreme, ciente de que pode cair. Li Coisas de Loucos como se lesse um romance, cheio de histórias e mistérios, pessoas vivas, meus irmãos, perdidos no tempo.» — Djaimilia Pereira de Almeida, do Prefácio

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Quando Portugal Ardeu“, livro de Miguel Carvalho

Quem foram as primeiras vítimas mortais da democracia? Por que razão foram assassinados Padre Max, Rosinda Teixeira e Joaquim Ferreira Torres? Quem protegia e que segredos escondia a rede bombista de extrema-direita? Como enfrentou o cônsul dos EUA no Porto o PREC? O que relatam os diários do norueguês baleado no Verão Quente de 1975? Como é que a Igreja mobilizou e abençoou a luta contra o comunismo? O que sabia a PJ sobre o terrorismo político e tudo o que nunca chegou a julgamento? Com recurso a centenas de documentos, entrevistas e testemunhos inéditos, esta investigação jornalística traz à luz do dia histórias secretas ou esquecidas do pós-25 de Abril. Quando Portugal ardeu e esteve à beira da guerra civil.

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História da União Soviética“, livro de Peter Kenez

Esta obra analisa não só as transformações políticas por que passou a URSS durante a sua existência, mas também a evolução social e cultural do país neste período. O livro identifica as tensões sociais e as inconsistências que estiveram na origem da mudança de regime no começo do século XX, culminando na Revolução de Outubro de 1917. Para Kenez há três grandes períodos que merecem especial atenção: a evolução da União Soviética durante toda a década de 20 – os anos das Novas Políticas económicas – até à era estalinista; a nova ordem pós-Estaline e a tentativa ambígua de os líderes soviéticos chegarem a um entendimento pacífico com o ocidente, tendo sempre a Guerra Fria como contexto todavia; e ainda o período Pós-soviético.

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Energia E Civilização, Uma História“, livro de Vaclav Smil (livro só chegará ao mercado português no próximo mês de Setembro / Outubro)

Uma obra fundamental para a compreensão da evolução das sociedades humanas.
Vaclav Smil é o maior especialista contemporâneo em questões de energia. Ao longo dos anos, os muitos livros que escreveu têm abordado o modo como os cientistas, os estrategas económicos e os governos vêem as questões ambientais.

Energia e Civilização – Uma História é, como o nome indica, uma obra muito abrangente, que demonstra como as fontes de energia determinaram a evolução das sociedades humanas – desde a Antiguidade até aos nossos dias – e, dessa forma, permitem extrapolar a nossa futura evolução.

Desde as civilizações pré-agrícolas até à actualidade dependente dos combustíveis fosseis, Smil traça a explicação dos ciclos de evolução e dos seus ritmos, demonstrando precisamente que estes estão inerentemente interligados com as evoluções e o acesso a novas tecnologias que permitem explorar as mais diversas fontes de energia.

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Dicionário da Invisibilidade“, livro editado pela SOS Racismo

O que se pretende com o Dicionário da Invisibilidade através destes nomes (podiam ser outros e diferentes, podiam ser mais) é mostrar que, para se ter conseguido acabar com aquelas opressões e barbáries dos séculos passados (hoje, algumas ainda vão subsistindo ou reaparecendo), muitas e muitos se levantaram, lutaram, morreram sem que o soubéssemos, sem que tivéssemos dado conta porque as/os fizeram desaparecer e, desta forma, passando a ser invisíveis, não porque o tivessem sido, mas porque convinha à barbárie e aos opressores que, hoje, não se tivesse conhecimento, que houve gente, mais do que possamos imaginar, que lutou, que perdeu mas também venceu e construiu momentos de vida, de sociedade, de cultura, solidários e harmoniosos com a natureza e com a Humanidade. 

A verdade é que as dificuldades que a pandemia nos trouxe, foi também a força que estas pessoas tiveram para ajudar o SOS Racismo a construir este projeto. A partir de Março (2020), apesar das incertezas, conseguiu-se arranjar um processo de trabalho que permitiu que 160 pessoas, também de muitos países e dos 5 continentes, pudessem colaborar e levar para a frente esta obra, com as virtudes que talvez consigam encontrar e com todos os defeitos que vão conseguir ver.

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História dos Povos Árabes“, livro de Albert Hourani e Malise Ruthven

Considerada por unanimidade a melhor história dos povos árabes, este livro de Albert Hourani é universalmente estudado em todos os cursos de história no mundo inteiro. Não existem árabes, existe um conjunto de populações que se convencionou reunir sob a designação de árabes com base numa língua que é, efectivamente, muito diferente. 

Esta História dos Povos Árabes é universalmente reconhecida como um dos livros mais importantes escritos sobre o tema e também um dos mais completos num só volume. 

A presente edição foi actualizada após a morte do Autor por Malise Ruthven, cobrindo assim eventos importantes como os ataques terroristas do 11 de setembro ou a invasão americana do Iraque, permitindo assim que uma obra fundamental entre também dentro do século XXI. 

Ao revelar as origens muito diferentes de populações diversas que compõem os ditos povos árabes, Hourani traça registos culturais e civilizacionais diametralmente opostos, fazendo o retrato de civilizações que tiveram o seu Renascimento antes da Europa e sobre as quais assenta, em grande parte, a arte, a ciência e a cultura do mundo ocidental.

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A Ferrovia em Portugal Passado, presente e futuro“, livro escrito por Francisco Furtado 

No século XIX, o comboio significava progresso. No século seguinte, entrou em declínio. E hoje? Sabia que Portugal é o país europeu onde o peso do comboio no movimento de mercadorias mais aumentou na última década e o principal operador do sector é rentável? E que a tendência recente é de crescimento no transporte de passageiros, sobretudo no longo curso entre as principais cidades e no serviço suburbano? Este ensaio analisa e explica a evolução de mais de século e meio de existência do caminho de ferro português. Defende a ferrovia como alavanca do desenvolvimento económico, fundamental para sectores estratégicos como os portos ou uma melhor organização do território, e o comboio como o único modo de transporte já largamente electrificado, reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis importados e as emissões poluentes. Por fim, expõe prioridades e directrizes para maximizar o potencial da ferrovia no século XXI. Porque o comboio português pode e deve ir cada vez mais longe.

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Mulheres na História do Mundo“, livro de Bonnie G. Smith 

Este livro condensa a história das mulheres do mundo num único relato, que se desenrola ao longo dos últimos cinco séculos. Fala de escritoras chinesas aclamadas do século XVII e de estrelas de cinema chinesas igualmente aclamadas da década de 1930; de princesas indianas e de humildes camponesas iletradas da Índia que aprendiam sozinhas a ler e a escrever. Imperatrizes russas dos inícios da Idade Moderna aparecem ao lado de mulheres soviéticas que foram pilotos de caças na década de 1940; mulheres ameríndias chefes e ativistas políticas brancas e negras dos Estados Unidos afirmam o seu poder. 

O livro é também um mosaico de tecelãs, curandeiras, escravas, patroas, assassinas, artistas, trabalhadoras do sexo, mães, manifestantes e chefes de governos modernos. Uma amostra de tudo o que as mulheres produziram e viveram ao longo dos últimos quinhentos anos.

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A Era do Capitalismo da Vigilância“, livro de Shoshana Zuboff

Nesta obra, a socióloga norte-americana Shoshana Zuboff mostra como está em vias de desaparecimento a possibilidade de construirmos um futuro diferente daquele que está a ser programado por nós. Revela-nos aquilo a que chama «capitalismo da vigilância», um projeto global de modicação do comportamento que ameaça transformar a natureza humana no século XXI, do mesmo modo que o capitalismo industrial alterou o mundo natural do século xx. Zuboff analisa as consequências do capitalismo da vigilância que se expandiu de Silicon Valley aos mais diferentes setores da economia atual. Mostra como este acumula uma imensa riqueza e poder nos chamados «mercados de futuros comportamentais». A ameaça que paira sobre nós não é já a de um «Grande Irmão» totalitário, mas a de um arquiteto digital omnipresente que opera em função dos interesses do capitalismo da vigilância. Zuboff pensa que a sociedade do século XXI corre o risco de se transformar numa colmeia totalmente interconectada e controlada, que nos seduz com a promessa de uma vida fácil e consumidora. Em sua opinião, estamos numa conjuntura crítica do confronto entre o enorme poder das empresas de alta tecnologia, reforçado pela atual crise pandémica, e as sociedades e os governos democráticos. A questão reside em saber se controlaremos a informação e as máquinas ou se nos deixaremos dominar por elas.

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